sexta-feira, 11 de março de 2016

Inversão térmica - o fenômeno que retém poluentes na atmosfera.

A inversão térmica dificulta a dispersão do ar poluído. 

inversão térmica poluição

Segundo a ONU, ocorrem oito milhões de mortes ao ano em consequência da poluição do ar. A geração de poluentes e o impacto na saúde das pessoas dependem tanto da existência de fontes emissoras, como também da dispersão de gases. Essa dispersão está relacionada com variáveis como posição da chaminé das fábricas, topografia do local, direção dos ventos e clima.

As principais fontes da poluição atmosférica são as fábricas e os meios de transporte. O transporte polui por conta da combustão da gasolina, óleo diesel, álcool, entre outros, o que gera gases como monóxido de carbono, óxido de enxofre, gases sulfurosos, além de diversos hidrocarbonetos não queimados.

A inversão térmica é um fenômeno que dificulta a dispersão dos poluentes gerados nos centros urbanos. Ela é consequência do rápido aquecimento e resfriamento da superfície. Esse fenômeno pode ocorrer naturalmente ou ser causado pela maneira que a cidade está estruturada.

Como ocorre a inversão térmica?

As camadas da atmosfera têm diferentes distâncias e características. A troposfera (camada mais próxima ao solo) tem a característica de apresentar uma diminuição de temperatura com o aumento da altitude. Nessa camada, o ar costuma circular em movimentos verticais (correntes de convecção) por conta da diferença de temperatura existente entre o ar das camadas mais baixas e o ar das camadas mais altas.

Camadas da atmosfera


Em decorrência da absorção da radiação solar, o ar mais perto do solo costuma ser mais quente. Por isso, esse ar tem as moléculas mais agitadas, que ocupam maior volume com menor peso (o que torna o ar menos denso). A tendência dessa massa de ar menos densa é sofrer um movimento de ascensão. Com esse movimento, a massa menos densa ocupa o lugar da massa que está em uma temperatura inferior (mais densa), movendo-a para baixo. A medida que a massa de ar quente sobe, ela se resfria e continua o processo de ascensão por encontrar massas de ar mais densas do que ela. Esse processo faz com que a massa de ar que estava próxima ao solo suba e leve consigo as partículas de poluentes que estavam nela. Esse é o funcionamento típico das massas de ar na troposfera, e colabora com a dispersão da poluição local.

Porém, em alguns dias, ocorre uma inversão desse processo. Essa inversão ocorre principalmente durante o inverno, quando as noites são mais longas (menos radiação solar) e a umidade cai, podendo criar uma camada de ar frio próxima ao solo e abaixo da primeira camada de ar quente. O ar frio, como é mais denso, tende a ficar preso abaixo da camada quente, retendo todos os poluentes consigo, uma vez que o ar não está mais circulando. Essa inversão das massas de ar é chamada de inversão térmica.


Esse fenômeno ocorre principalmente em centros urbanos, onde as correntes prendem o ar poluído próximo ao solo. A inversão térmica se torna um problema quando o ar possui altas concentrações de poluentes. Essa retenção de poluentes na atmosfera pode provocar ou agravar problemas de saúde, principalmente relacionados a doenças das vias respiratórias, como pneumonia, bronquite, asma, etc.

Medidas de diminuição de emissão de poluentes são essenciais para reduzir o problema da poluição do ar agravado pela inversão térmica. Atitudes como trocar o transporte automotivo individual pelo coletivo ou bicicleta, cobrar que fábricas e o setor automotivo gerem menos gases, ou gases menos poluentes, e consumir conscientemente são exemplos de ação que podem contribuir para reduzir os efeitos desse fenômeno.

Fonte: eCycle.

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