quarta-feira, 27 de maio de 2009

Como as galinhas fazem os ovos?

Em mais uma extraordinária demonstração de proeza da natureza, o conteúdo de um ovo é envolvido em uma casca perfeita, sem emendas e incrivelmente forte como se fosse mágica! Os ovos são obras de arte.
A galinha tem pouco a ver com a formação da casca do ovo, na verdade é o ovo que desenvolve a casca em volta de si mesmo. Ele faz isso por meio de processos que também são observados nos ossos e nas conchas do mar.
Em volta do ovo há uma membrana, e nessa há pontos uniformemente espaçados onde formam-se colunas de calcita (uma forma de carbonato de cálcio). Essas colunas se arranjam lado a lado para formar a casca. De acordo com um livro muito interessante chamado "Feito para medir" de Philip Ball:
Os pontos de nucleação são nódulos de proteína definidos chamados de proeminências mamilares, e o mineral é primeiramente depositado em forma de partículas de aragonita com orientação ao acaso de cristais. Ao topo dessas pilhas de aragonita, começam a se formar colunas de calcita cristalina orientada.

A calcita fica basicamente flutuando na solução em volta da casca, e ela se deposita nessa casca como um cristal em formação. O ovo faz sua própria casca.

sábado, 23 de maio de 2009

IBGE divulga perfil da Educação e Alfabetização de Jovens e Adultos e da Educação Profissional no país

Suplemento - Aspectos Complementares da Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional - 2007

42,7% das 8 milhões de pessoas que cursaram EJA antes do levantamento abandonaram o curso

Do universo de 141,5 milhões de pessoas no país de 15 anos ou mais de idade, cerca de 10,9 milhões pessoas (7,7%) frequentavam ou frequentaram anteriormente algum curso de Educação de Jovens e Adultos – EJA. Na ocasião do levantamento, aproximadamente 3 milhões de pessoas frequentavam curso de EJA, enquanto cerca de 41 milhões estudavam na rede regular de ensino fundamental e médio. Já entre as cerca de 8 milhões pessoas que cursaram EJA antes do levantamento, 42,7% não concluíram o curso em que se matricularam.

O principal motivo para o abandono do curso para a maioria dos entrevistados foi a incompatibilidade do horário das aulas com o horário de trabalho ou de procurar trabalho (27,9%), seguido pela falta de interesse em fazer o curso (15,6%). Outros motivos que levaram à desistência dos estudos foram a incompatibilidade do horário das aulas com o dos afazeres domésticos (13,6%), a dificuldade de acompanhar o curso (13,6%), a inexistência de curso próximo à residência (5,5%), a inexistência de curso próximo ao local de trabalho (1,1%), falta de vaga (0,7%) e outro motivo (22,0%).

O objetivo de retomar os estudos (43,7%), seguido por conseguir melhores oportunidades de trabalho (19,4%), adiantar os estudos (17,5%) e conseguir diploma (13,7%) foram as razões apontadas pela opção de cursar a EJA e não o ensino regular.

Na ocasião do levantamento, do total de 2,9 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade que frequentavam um curso de EJA, a maioria estava cursando o segundo segmento do ensino fundamental (5ª a 8ª séries), o que correspondia 40,0% (1,1 milhão); o ensino médio recebia 36,1% (1 milhão) dos estudantes e o primeiro segmento do ensino fundamental (1ª a 4ª séries) 23,9% (699 mil). A região Nordeste foi a que apresentou o maior percentual de frequência ao primeiro segmento do ensino fundamental (37,6%), o Norte registrou o maior no segundo segmento (43,7%,) e as regiões Sul (46,3%) e Centro-Oeste (46,1%) tiveram as maiores proporções no ensino médio.



EJA é mais procurada por mulheres e pessoas com menor rendimento, sendo mais frequentada no Sul

No que se refere à análise por sexo, do total daqueles que frequentavam ou frequentaram anteriormente a EJA, 53% eram mulheres e 47%, homens. Com relação ao rendimento, o maior percentual de pessoas que frequentavam EJA, na época da pesquisa, foi daquelas que estavam na faixa de até ¼ do salário mínimo (3,0%) e as que não tinham rendimento (2,6%). A maioria dos que cursavam EJA era formada por pessoas que se declaravam pardas (47,2%), seguidas por brancas (41,2%), pretas (10,5%) e de outra cor ou raça (1,1%).

A participação das pessoas que frequentavam ou frequentaram anteriormente algum curso de Educação de Jovens e Adultos foi crescente nos grupos de 18 a 39 anos de idade, declinando nos seguintes. O grupo etário de 30 a 39 anos (10,7%) foi o que mais procurou cursos de EJA, seguido pelos grupos de 40 a 49 anos (8,6%), de 18 ou 19 anos (7,5%) e de 50 anos ou mais (4,6%).

Em termos regionais, das 10,9 milhões de pessoas que frequentavam ou frequentaram anteriormente um curso de EJA no Brasil, as regiões Sul e o Norte apresentaram os maiores percentuais: 10,5% contra 89,5% que nunca frequentaram e 9,1% contra 90,9%, respectivamente. Na sequência, estão as regiões Centro-Oeste (8,5% contra 91,5%), Sudeste (7,1% contra 92,9%) e Nordeste (6,5% contra 93,5%).

O Suplemento da Pnad 2007 estimou que 2,5 milhões de pessoas frequentavam no momento da pesquisa ou haviam frequentado anteriormente curso de Alfabetização de Jovens e Adultos (AJA) no país. O percentual de pessoas que frequentavam ou frequentaram curso AJA na população de 15 anos ou mais era de 1,7% no total do país. No nível regional, os alunos de AJA no Nordeste representavam 3,6% das pessoas na faixa etária de 15 anos ou mais; seguidos pela região Norte (1,6%); Sul e Centro-Oeste (1,2%) e Sudeste (0,9%). De acordo com a Pnad 2007, havia 14,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que não sabiam ler ou escrever.

A evolução e a natureza

São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008 – Folha Ilustrada de São Paulo

ANTONIO CICERO

A evolução e a natureza
A teoria da evolução mostrou que a natureza não é algo fixo, mas está em transformação.


NORMALMENTE SUPÕE-SE que o grande escândalo causado pela teoria da evolução seja devido à descoberta de que o ser humano descende de alguma espécie de macacos. De fato, isso foi sem dúvida um escândalo espetacular, uma enorme "ferida narcísica", como dizia Freud, infligida ao homem que aprendera ter sido criado à imagem de Deus.
Mas a teoria da evolução provocou também outro escândalo que, embora menos espetacular, não é menos importante. Trata-se da relativização das espécies naturais. Desde Aristóteles, supunha-se que, criadas ou não, as espécies naturais fossem imutáveis.
A espécie à qual um ente qualquer pertencia era considerada a sua natureza. Descobria-se essa natureza a partir do estudo dos espécimes que se encontravam, como dizia Aristóteles, num estado natural, em oposição aos espécimes "degenerados".
Como sabemos que um espécime se encontra no estado natural? Pela observação da sua normalidade, isto é, do fato de que sua constituição física e seu comportamento não desviam da constituição e do comportamento da maior parte dos indivíduos da mesma espécie. O anormal, ao contrário, é considerado degenerado. Desse modo, a normalidade se torna normativa. O degenerado é aquele que se constitui ou se comporta contra a sua natureza: "contra naturam".
Pois bem, observando a natureza humana e a natureza da sociedade humana, Aristóteles conclui que o natural é que a alma governe o corpo, a inteligência, os apetites, o homem, os animais, o macho, a fêmea, e o senhor, o escravo. Para ele, essas relações são naturais, e qualquer supressão ou inversão delas se daria contra a natureza. Do mesmo modo, o velho Platão, na sua última obra, pressupõe que a finalidade do erotismo, no indivíduo natural/normal, é a reprodução; logo, considera contra a natureza toda relação homossexual. Esta última concepção se consolidou na Idade Média e é até hoje doutrina da Igreja Católica, para a qual toda relação homossexual infringe uma "lei natural".
Tal "lei" não passa, evidentemente, de um equívoco, pois as leis da natureza, que são descritivas, isto é, que dizem o que realmente acontece, não devem ser confundidas com as leis humanas, que são prescritivas, isto é, dizem o que deve (ou não deve) ser feito. A lei da gravidade, por exemplo, não diz que todos os corpos que têm massa devem se atrair de determinado modo e sim que se atraem desse modo. Se for descoberto que determinados corpos têm massa e, no entanto, não se atraem do modo previsto, não serão esses corpos que estarão errados, mas a lei da gravidade. Assim também, se uma "lei natural" diz que os indivíduos do mesmo sexo não sentem atração erótica uns pelos outros, basta abrir os olhos para ver que essa "lei" está errada, ou melhor, não é lei, não existe.
A teoria da evolução mostrou que a própria natureza não é algo fixo de uma vez por todas, mas se encontra em transformação. As espécies biológicas mesmas não têm "naturezas" eternas, mas estão em incessante evolução. Isso significa que não se pode considerar como natural exclusivamente a constituição física ou o comportamento "normal", isto é, tradicional. Uma espécie nova surge exatamente a partir das mutações -da "degeneração"- de uma espécie antiga. O indivíduo que, por ser portador de uma mutação está sujeito a ser considerado uma monstruosidade, talvez seja o limiar de uma nova espécie.
O ser humano é o produto de tais mutações, e sua maior novidade consiste em que não apenas a espécie humana, mas cada espécime humano é infinitamente capaz de mudar a si próprio, capaz de experimentar o que nunca antes se experimentou, capaz de criar o que nunca antes existiu. Toda invenção, toda arte, toda técnica, toda cultura pode ser considerada como o resultado da transformação -poderíamos dizer, da perversão- da natureza pelo homem. O primeiro antropóide a se erguer e usar as patas dianteiras como mãos - abrindo caminho para a aventura humana - estava pervertendo a função "natural" desses membros.
Não é lícito, portanto, invocar a "natureza" para justificar -ou para condenar- tais ou quais comportamentos, atos ou instituições. Quem o faz -ainda que seja um gênio, como Aristóteles- inevitavelmente incorre no provincianismo de "naturalizar" comportamentos, atos ou instituições da sua própria cultura, tais como a dominação do homem sobre a mulher, a escravidão ou -como o velho Platão- a condenação da homossexualidade.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Letramento

Possibilitar o acesso do indivíduo à mensagem e, consequentemente, à informação. Esse processo pode acontecer a partir de: 1) motivação do aluno para a escrita; 2) interferência, pelo professor, no processo, a partir de orientação.
A partir de qual momento o domínio do código escrito se torna importante para o indivíduo? Qual a importância da letra (formato, aparência...) para o mesmo? São questões que merecem maior aprofundamento e reflexão.

Letramento é o resultado da ação de ensinar a ler e escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Letramento