A poluição no rio Atibaia, causada por despejo de esgoto sem tratamento, gerou a reprodução descontrolada de cianobactérias e algas na represa de Salto Grande, em Americana (127 km de São Paulo). Lá, a plumagem de patos, geralmente branca, foram tomadas pelo verde, cor conferida à água pelos microoganismos. Em alta quantidade, a presença das cianobactérias é prejudicial à saúde humana.
As algas e cianobactérias, de coloração verde, liberam toxinas e, em casos extremos, a morte dos animais. Na semana passada e nesta semana, houve o registro de mortandade de patos sem causa aparente.
Ao homem, entre as consequências da ingestão da água da represa estão a diminuição dos movimentos, prostração, cefaleia, febre, dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia e hemorragia intra-hepática.
Já para quem tiver contato com a água contaminada, pode haver irritação ou erupções na pele, inchaços dos lábios, irritação dos olhos e ouvidos, dor de garganta e inflamações nos seios da face, além de asma.
Segundo o biólogo Carlos Zappia, presidente da Associação Barco Escola, que desenvolve trabalhos de preservação ambiental na represa e que registrou a coloração verde na área e nos animais, há, hoje, o total de cianobactérias e algas na represa aumentou pelo menos 500% em quatro anos.
“Esses organismos representam significativos níveis de toxicidade que acabam sendo incorporados à cadeia alimentar, incluíndo peixes, podendo levar a um desequilíbrio do ecossistema local, além de causar danos à saúde humana”, disse.
Tratamento – A represa de Salto Grande, utilizada para a produção de energia, é formada a partir do represamento do rio Atibaia. Segundo Zappia, o risco da multiplicação sem controle de microrganismos no reservatório começou a ser debatido há quatro anos.
Em 2010, o alerta foi lançado no Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) de Americana, mas poucas ações foram tomadas desde então.
Para que o problema seja resolvido, é necessário que todas as cidades que despejam efluentes no Atibaia passem a tratar o esgoto de forma completa.
“Alguns esforços se mostram necessários para a solução desse problema, mas nenhum destes será eficaz enquanto não houver um tratamento pleno e eficaz dos efluentes lançados no Rio Atibaia e seus afluentes”, afirma o biólogo e gestor ambiental Denis Marto. (Fonte: UOL)
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