quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Diabetes

Embora pareça inacreditável, hoje, estima-se que centenas de milhares de pessoas não têm ideia de que sofrem de diabetes. A grande maioria das pessoas são incapazes de identificar os principais sinais da doença, incluindo perda de peso, cicatrização lenta, visão turva, sede insaciável e vontade de fazer xixi muito mais do que deveria.

Uma pesquisa realizada recentemente, apenas uma em cada 100 pessoas podem identificar os principais sintomas e relaciona-los à diabetes. A Organização Mundial de Saúde estima que 9% dos adultos em todo o mundo sofrem com a doença e na verdade e em 2012 a doença matou 1,5 milhões de pessoas e havia uma estimativa de que 370 milhões de pessoas sofriam de diabetes. A OMS ainda estima que 90% dessas pessoas sofrem de diabetes Mellitus (tipo 2).

Diabetes Mellitus é uma doença do metabolismo da glicose causada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e cuja função é quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em energia, a fim de que seja aproveitada por todas as células. A ausência total ou parcial desse hormônio interfere não só na queima do açúcar como na sua transformação em outras substâncias (proteínas, músculos e gordura).

diabetes2
Abaixo seguem os sintomas que você precisa estar “de olho”:

1. Aumento da Sede e idas ao banheiro frequentes: O excesso de açúcar acumulado na corrente sanguínea faz com que o fluido seja puxado dos tecidos. Isso pode deixá-lo com sede. Como resultado, você pode beber e urinar, mais do que o habitual.
2. Aumento da Fome: O aumento da fome é um dos sintomas mais notáveis. Pois, sem insulina suficiente para mover o açúcar em suas células, músculos e órgãos tornam-se esgotado de energia e o organismo pede reposição. Isto provoca fome intensa.
3. Perda de Peso: Apesar de comer mais do que o habitual para aliviar a fome, você pode perder peso. Sem a capacidade de metabolizar a glicose, o corpo utiliza combustíveis alternativos armazenados no músculo e gordura. Calorias são perdidas como o excesso de glicose é liberada na urina.
4. Fadiga: Este é um dos principais sintomas da diabetes tipo 2. Pois, se as células são privadas de açúcar, você pode tornar-se cansado e irritado com frequência.
5. Visão Turva: Se o seu açúcar no sangue estiver muito alto, o fluido pode ser retirado das lentes dos seus olhos. Isto pode afetar a sua capacidade de se concentrar.
6. Feridas ou infecções frequentes que tem dificuldade para cicatrização: Esse é um dos mais notáveis Sintomas da Diabetes tipo 2. A diabetes tipo 2 afeta a sua capacidade de curar e resistir a infecções.
7. Manchas escuras na pele: Algumas pessoas com diabetes tipo 2 têm manchas escura na pele, normalmente nas axilas e pescoço. Esta condição, chamada Acantose nigricans, pode ser um sinal de resistência à insulina.

Fonte: Diário de Biologia

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Gestão de água deve ser prioridade para reduzir risco de desastres, destaca ONU

Catástrofes naturais geraram danos de um trilhão de dólares nos últimos 25 anos



Destacando a relação entre gestão de água e redução dos riscos de desastres, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou, em 18 de novembro, que inundações, secas e ciclones causaram danos de mais de um trilhão de dólares e afetaram mais de quatro bilhões de pessoas desde 1990 até 2015.

“Os pobres e mais vulneráveis têm sofrido primeiro e pior”, declarou Ban, em reunião realizada como parte do Encontro de Alto Nível da ONU sobre Água e Saneamento 2015, que promoveu uma série de eventos entre os dias 18 e 20 de novembro na sede da ONU em Nova York, às vésperas da Conferência do Clima em Paris (COP21).

“Questões de água e resiliência de desastres estão tão intimamente ligadas que é impossível pensar em uma sem pensar na outra. No entanto, fazemos isso com muita frequência, pensando em silos e respondendo de forma fragmentada. É hora de fechar esses buracos operacionais e conceituais”, explicou.

Para a ocasião, o conselho consultivo do secretário-geral publicou um relatório em que ressalta a má gestão de água global. No prefácio, Ban alerta que os problemas relacionados com a água estão colocando países, ecossistemas, economias e cidadãos, especialmente mulheres e crianças, em risco.

“Não demos suficiente atenção para as regras do jogo de compartilhamento da água – em todos os setores e fronteiras regionais e nacionais. A falta de acesso adequado à água potável ainda atormenta bilhões de pessoas, especialmente os mais pobres”, sublinha o relatório.

O documento destaca que as agências da ONU precisam alocar mais fundos para atender a esta questão e revisar suas políticas, citando, como exemplo, a necessidade da Organização Mundial da Saúde endossar a água, o saneamento e a higiene como principais formas de prevenção de doenças. Além disso, cita a necessidade do estabelecimento de um comitê intergovernamental da ONU, um painel científico sobre água e saneamento e um marco de monitoramento global abrangente e independente.

Fonte: ONUBr

Salmão, uma carne não tão saudável

A maioria do salmão consumido no mundo pode estar contaminado com substâncias prejudiciais à saúde humana



O salmão é considerado uma carne muito nutritiva e saborosa, o que faz com que seu consumo venha aumentando consideravelmente nas últimas décadas em todo o mundo. Mas o que pouca gente sabe é que esse tipo de carne branca pode, em algumas situações, causar danos aos seres humanos por causa de substâncias tóxicas presentes nas águas em que o animal procria. Entre elas, destacam-se os PCBs.

O que são PCBs?

Bifenilos policlorados, conhecidos por PCBs (do inglês polychlorinated biphenyls), são misturas de até 209 compostos clorados. Não existem fontes naturais dos PCBs. Por serem praticamente incombustíveis e apresentarem alta estabilidade e resistência, eles vêm sendo utilizados para diversos fins como fluidos dielétricos em transformadores e condensadores, em óleos de corte, lubrificantes hidráulicos, tintas, adesivos e etc.

Entre os danos à saúde humana, o mais comum é a cloroacne: uma escamação dolorosa que desfigura a pele e que se assemelha à acne. Os PCBs também causam danos nos fígados, problemas oculares, dores abdominais, alterações nas funções reprodutivas, fadiga e dores de cabeça, além de serem potenciais cancerígenos. A criação de medicamentos hormonais que envolvem PCBs em sua produção também podem causar a disrupção hormonal, como no caso do xenoestrogênios em mulheres.

Devido ao grande impacto na saúde, os Estados Unidos baniram a produção de PCBs em 1979. No Brasil, não existem registros da produção de PCBs, sendo todo o produto normalmente importado. Uma portaria interministerial de janeiro de 1981 proíbe a fabricação e comercialização em todo o território nacional, porém, permite que os equipamentos instalados continuem em funcionamento até sua substituição integral ou a troca do fluído dielétrico por produto isento de PCBs. As principais rotas de contaminação por PCBs no meio ambiente são:

• Acidente ou perda no manuseio de PCBs e/ou fluídos contendo PCBs;
• Vaporização de componentes contaminados com PCBs;
• Vazamentos em transformadores, capacitores ou trocadores de calor;
• Vazamento de fluídos hidráulicos contendo PCBs;
• Armazenamento irregular de resíduo contendo PCBs ou resíduo contaminado;
• Fumaça decorrente da incineração de produtos contendo PCBs;
• Efluentes industriais e/ou esgotos despejados nos rios e lagos.

Devido à sua grande estabilidade química e à ampla disseminação de produtos contendo PCBs, é comum encontrá-los no meio ambiente devido à descarga dessas substâncias por atividades humanas contaminantes do solo. A contaminação atinge os lençóis freáticos que acabam indo parar nos lagos, rios e oceanos, prejudicando peixes e outros seres vivos aquáticos.Os PCBs também são poluentes orgânicos persistentes (POPs), que se caracterizam por serem altamente tóxicos, por permanecerem no ambiente por muito tempo e por serem bioacumulativos e biomagnificados.

Salmão criado x salmão selvagem

A aquicultura do salmão é considerada o sistema de produção mais prejudicial ao meio ambiente. A criação de salmão, normalmente, utiliza a prática de gaiolas ancoradas, que entram em contato direto com a água do mar, permitindo que componentes químicos, doenças, vacinas, antibióticos e pesticidas usados na manutenção da saúde do salmão sejam liberados e possam entrar em contato com a vida marinha.

Cerca de 80% de todo o salmão presente no mercado é proveniente da aquicultura. Com a contaminação dos PCBs na água, tanto o salmão criado, quanto o selvagem estão expostos a essas substâncias, porém, devido à alimentação gordurosa à base de farinha e azeite de peixe, o acúmulo é maior nos animais criados. Um estudo publicado na revista Science demonstrou que peixes de criação possuem entre cinco e dez vezes mais concentração de PCBs em seu organismo quando comparados aos selvagens. O estudo realizado pela Indiana University analisou filetes de 700 salmões de viveiros e salmões selvagens procedentes de oito das maiores regiões produtoras e comprados em comércios de várias cidades pela Europa e América do Norte. Ao se alimentar desses peixes contaminados, essas substâncias químicas vão se acumulando no corpo humano por meio do processo de bioacumulação e podem trazer sérios danos à saúde humana.

Outra diferença importante entre os dois tipos de salmão é a quantidade de ômega 3 - os peixes selvagens, devido ao fato de se terem uma alimentação à base de pequenos peixes e invertebrados, possuem uma quantidade maior dessa substância quando comparados aos de aquicultura (que apresentam quantidades mais elevadas de outras gorduras, como o ômega 6).

Recomendações

Para diminuir a contaminação de PCBs pela carne do salmão de aquicultura, você pode cortar a pele e a gordura visível do peixe, uma vez que os PCBs são armazenados na gordura. Procure também preparar o salmão por meios que reduzem significativamente a quantidade de gordura na carne, como fazer o salmão grelhado. Apesar de ser considerado uma carne bem nutritiva e saborosa, órgãos como a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) não recomenda a ingestão de salmão mais de duas vezes por semana devido a diversos tipos de contaminantes presentes no peixe (se for salmão proveniente de aquicultura, esse número passa a uma vez por mês). Comparado aos de aquicultura, o salmão selvagem possui menores níveis de PCBs e melhores nutrientes, porém, seu preço chega a custar quase o dobro, além de ser mais difícil de achar esse produto no mercado. Consumir o salmão enlatado também é uma boa dica - isso porque, em sua grande maioria, ele é de origem selvagem (aparentemente, o salmão de aquicultura não se conserva bem quando enlatado).

Fonte: eCycle

Óleo da casca da laranja pode ser usado como combustível.

Na casca da laranja, quando apertada, expele um líquido viscoso, nele encontra-se uma rica mistura de óleos essenciais. E 90% desta mistura é composta por limonemo. Essa substância é altamente inflamável, mais até que alguns combustíveis fósseis.

Para entender um pouco mais, os óleos essenciais são compostos orgânicos extraídos por destilação a vapor ou por solventes de partes de plantas. São substâncias aromáticas encontradas em frutos, sementes, flores, madeiras e raízes.

O limonemo (de nome químico 4-isopropenil-1-metilcicloexeno), como todo óleo essencial, é da classe dos hidrocarbonetos (no geral, constituídos de carbono e hidrogênio), da família dos terpenos. É um óleo fluído incolor e volátil, que na natureza encontra-se nas cascas das frutas cítricas, especialmente de limões e laranjas, e de alguns pinheiros e eucaliptos. É, inclusive, o responsável pelo forte odor característico desses. Esse elemento é utilizado em indústrias químicas, farmacêuticas e de alimentos.
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O limonemo (de nome químico 4-isopropenil-1-metilcicloexeno), como todo óleo essencial, é da classe dos hidrocarbonetos (no geral, constituídos de carbono e hidrogênio), da família dos terpenos. Foto: Reprodução/blogkamilagodoy

Se os produtores agroindustriais de compostos de frutas cítricas percebessem que ao gerarem seus resíduos esses poderiam ser reaproveitados totalmente… O Brasil é o maior produtor de laranjas do mundo, porém quase 50% do fruto é descartado e jogado no lixo. Uma forma de reciclar os restos da laranja é torná-la um combustível biodegradável, menos poluente e de baixo custo. Com ponto de inflamação (a temperatura mínima à qual os vapores se inflamam na presença de uma chama) de 45 ºC, o óleo tem o dobro da potência da gasolina!
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Uma forma de reciclar os restos da laranja é torná-la um combustível biodegradável, menos poluente e de baixo custo. Foto: Reprodução/greenwellness


Fonte: Diário de Biologia

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Estudo indica que Zika vírus está cada vez mais eficiente para infectar humanos


Desde o ano 2000, a espécie vem sofrendo alterações genéticas que ajudam o vírus a driblar o sistema imunológico e a se replicar em células humanas (imagem: Wikimedia Commons)

Durante o caminho que percorreu do continente africano até a América – passando pela Ásia e cruzando o oceano Pacífico –,  o Zika vírus (ZIKV) passou por um processo de adaptação ao organismo humano, adquirindo certas características genéticas que tornaram cada vez mais eficiente sua replicação nas células do novo hospedeiro.

A conclusão é de um estudo divulgado no site bioRxiv (pronuncia-se "bio-archive") por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Institut Pasteur de Dakar, no Senegal, que chamam a esse processo adaptativo do vírus de “processo de humanização”.

"O ZIKV é um agente zoonótico africano que infecta principalmente macacos e mosquitos. Estudos anteriores sugerem que teriam ocorrido casos esporádicos de infecção em humanos no passado e o vírus teria saído da África por volta da segunda metade do século 20. Em 2007 ele causou um primeiro surto em humanos e parece ter havido um processo concomitante de adaptação pelo qual o código genético do vírus passou a mimetizar os genes humanos mais expressos para produzir em maior quantidade proteínas que tornam eficiente sua replicação no novo hospedeiro”, contou Paolo Marinho de Andrade Zanotto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e coautor do artigo.

Entre os genes que o ZIKV passou a mimetizar de forma mais evidente destaca-se o da proteína NS1, cujo papel é modular a interação entre o vírus e o sistema imunológico humano.

“A NS1, produzida em grande quantidade, funciona como um sistema de camuflagem para flavivírus, como o vírus da dengue, de quem o ZIKV é o parente mais próximo. Ela deixa o sistema imunológico desorientado. É o mesmo princípio usado por aviões de guerra ao liberar pequenos fogos para despistar os mísseis guiados pelo calor da turbina”, explicou Zanotto.

Os resultados da pesquisa mostram ainda que o chamado “valor adaptativo” da espécie (fitness) – que é capacidade de sobreviver e gerar uma progênie também capaz de sobreviver e de se reproduzir – cai drasticamente por volta do ano 2000, quando estaria ocorrendo forte seleção possivelmente associada ao processo de tráfego entre espécies. A partir desse ponto, o fitness do Zika vírus passa a crescer exponencialmente. Os gráficos do artigo sugerem que o patógeno já se tornou tão (ou mais) eficiente para sobreviver e se reproduzir em humanos quanto era antes em macacos.

A investigação foi conduzida com apoio da FAPESP durante o doutorado de Caio César de Melo Freire, sob a orientação de Zanotto.

O grupo analisou dados de 17 sequenciamentos completos do genoma viral – que continham informação sobre o ano e o local em que o vírus foi isolado – depositados no GenBank, um banco público mantido pelo National Center for Biotechnology Information (NCBI), nos Estados Unidos.

Com base nessas análises e também em um trabalho anterior do grupo, publicado em 2014 na revista PLoS Neglected Tropical Diseases, foi possível determinar o caminho percorrido pelas linhagens africanas e asiáticas e também as alterações genéticas sofridas no percurso.

Conforme explicam os autores no artigo mais recente, a linhagem africana ainda infecta predominantemente macacos e mosquitos do gênero Aedes. Já a linhagem asiática está se espalhando por meio de uma cadeia de transmissão entre humanos nas ilhas do Pacífico e na América do Sul.

Além da picada do mosquito, os cientistas apontam as relações sexuais e as infecções perinatais como rotas alternativas de transmissão.

Mundo em alerta

O primeiro surto significativo conhecido em humanos, causado pela linhagem asiática em 2007, ocorreu nos Estados Federados da Micronésia. Entre 2013 e 2014 o vírus emergiu novamente e causou uma significante epidemia na Polinésia Francesa, espalhando-se pela Oceania e chegando à América pela Ilha de Páscoa, no Chile, em 2014. Agora, em 2015, já foi reportado em pelo menos 14 estados brasileiros, a maioria na Região Nordeste, e também em outros países da América do Sul.

“As análises feitas com base em dados genéticos sugerem que o vírus está se tornando mais eficiente para produzir suas proteínas em humanos, mas agora precisamos confirmar essa hipótese com ensaios in vitro, colocando linhagens africanas e asiáticas em culturas de células humanas para estabelecer comparações”, comentou Zanotto.

O pesquisador também está organizando uma parceria com cerca de 25 laboratórios de diferentes regiões do Estado de São Paulo para monitorar como está sendo o espalhamento do vírus na região. Várias unidades dessa rede vão trabalhar diretamente na questão das malformações cerebrais congênitas em associação com serviços de neonatologia.

“Estamos ajustando protocolos comuns para identificar, caracterizar e isolar o vírus. Dada a experiência de nossos colegas na África, o isolamento do vírus em humanos pode apresentar problemas e provavelmente teremos de isolar também de mosquitos. Também pretendemos somar esforços no desenvolvimento da expressão de proteínas virais para facilitar a detecção da doença e estamos articulando ações conjuntas e trocando informações diariamente grupos internacionais. Será uma tarefa pesada, mas não temos outra opção, uma vez que o vírus parece de fato estar envolvido nos casos de microcefalia”, disse Zanotto.

Na última terça-feira (01/12), a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta mundial reconhecendo a relação entre a epidemia de Zika vírus e o crescimento dos casos de microcefalia e da síndrome Guillain-Barré no Brasil. No documento, a OMS recomendou que seus mais de 140 países-membros reforcem a vigilância para o eventual crescimento de infecções, sugeriu o isolamento dos pacientes e disse para as nações ficarem atentas à necessidade de se ampliar o atendimento de serviços neurológicos e de cuidados específicos a recém-nascidos.

“Recebemos de nossos colegas do Institut Pasteur, há alguns dias uma notificação do Serviço de Vigilância Sanitária em Papeete, na Polinésia Francesa, dizendo que após reavaliar os dados relacionados a crianças gestadas durante o surto local de ZIKV em 2014 e 2015 foram encontrados 12 casos de mulheres que tiveram filhos com complicações neurológicas sérias. Destas, quatro foram testadas e apresentaram anticorpos contra ZIKV, mas nehuma manifestou sintomas da doença durante a gravidez”, contou Zanotto.

De acordo com o pesquisador, é preciso investigar se há uma interação entre o vírus da dengue e o ZIKV no desenvolvimento da microcefalia. “É possível que o vírus da dengue – por ser muito comum nessas regiões – seja apenas um fator de confusão”, avaliou.

Além de causar sintomas parecidos, explicou Zanotto, os vírus da dengue e Zika são muitos próximos filogeneticamente. No estudo mais recente, o grupo mostrou que ambos compartilham pedaços da proteína NS1 considerados epítopos, ou seja, que são capazes de serem reconhecidos pelos anticorpos humanos.

“Como os dados desse estudo são de grande relevância mundial optamos por torná-los público imediatamente por meio desse arquivo público on-line. Agora pretendemos submetê-lo para revistas científicas”, contou Zanotto. 

Fonte: Agência FAPESP

sábado, 21 de novembro de 2015

Por que a Evolução não é um simples fruto do acaso?


Certa vez, durante minha graduação em Ciências Biológicas, um professor de uma disciplina de Física apresentou à turma um pequeno problema. Ele nos pediu para que imaginássemos um conjunto formado por alguns palitos. Em seguida, deveríamos calcular as chances de que todos os palitos, ao serem jogados aleatoriamente, caíssem alinhados uns com os outros em uma determinada área. Não me recordo bem o número de palitos e o tamanho da área, mas no final da atividade concluiu-se que se fizéssemos uma jogada a cada segundo, levaríamos um tempo maior do que o tempo de existência do Universo para conseguir alinhar todos os palitos aleatoriamente. No fim, o professor terminou com a frase “alinhar palitos é muito mais fácil que formar uma girafa, por exemplo”.  O meu maior espanto não ocorreu com a colocação do professor. A biologia não fazia parte da sua formação e não era sua obrigação compreender como funciona a evolução. O que mais me assustou foi que uma turma formada majoritariamente por estudantes de biologia havia concordado com tal colocação.

   Se apenas a aleatoriedade atuasse na evolução, certamente ainda não existiria vida na Terra. Provavelmente o mais complexo material que encontraríamos no planeta seria alguns tipos de moléculas orgânicas. Formar um ser vivo complexo por pura aleatoriedade também levaria muito mais tempo do que a existência do Universo. No entanto, para a nossa sorte, existe um fator fundamental que gera e direciona a evolução: a seleção.

   Imagine o seguinte exemplo. Quais seriam as chances de que um computador programado para digitar aleatoriamente um conjunto de 31 caracteres a cada segundo, formasse a frase “a evolucao e um fato cientifico”? Para facilitar as contas, vamos considerar apenas as teclas referentes às letras do alfabeto e a barra de espaço. Temos então que para cada carácter existem 27 possibilidades (26 letras + a barra de espação). Como a frase é formada por 31 caracteres, as chances dessa frase aparecer aleatoriamente seriam de 1 em 2731. Isso dá um valor de 1/( 2,3565502 x 1044), ou:

1/235.655.020.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000

Isso quer dizer que se o computador fizesse uma tentativa a cada segundo, ele levaria, no mínimo, 7.4674569 x 1036 anos para compreender todas as possibilidades. Isso representa um tempo bilhões de bilhões de bilhões de vezes maior do que o tempo de existência do Universo.

   Agora imagine que este mesmo computador fosse programado para gerar várias combinações aleatória de 31 caracteres, e dentre essas combinações, escolher aquela que mais se assemelha à frase “a evolucao e um fato cientifico”. Essa combinação selecionada seria copiada para a geração seguinte, com chances de sofrer mutações em cada letra. Na geração seguinte, novas combinações seriam geradas a partir da combinação escolhida. Dentre essas novas combinações, a mais semelhante à frase alvo seria escolhida novamente para a geração seguinte. Esse processo se repetiria até que se formasse a frase desejada. Note que desta vez adicionamos o fator “seleção” no programa. E ele fará toda a diferença.

   Esse tipo de programa recebe o nome de Dawkins’ “Weasel” Program, em referência ao biólogo Richard Dawkins, que o propôs e o criou. É possível “brincar” com esse programa em sites como http://antievolution.org/cs/dawkins_weasel. Na primeira vez que rodei o programa com a frase “a evolucao e um fato cientifico” ele levou 57 gerações para chegar ao resultado esperado, como é possível ver a seguir:

Beginning run

Gen. 1, 4 letters, trskohdcwtxjkptdanty qmsgjajo v

Gen. 2, 5 letters, trskOhdCwtxjkpt anTy qmsgjajo v

Gen. 3, 6 letters, trskOhdCwtxjppt FnTy qmsgjano v

Gen. 4, 7 letters, trskOhdCwtxjppt FnTy qmsgjanI v

Gen. 5, 8 letters, trskOhdCwtxjppt FnTy qmsgjanICv

Gen. 6, 9 letters, trskOhdCwtxjpUt FnTy qmsgjanICv

Gen. 7, 10 letters, t skOhdCwtxjpUt FnTy kmsgjtnICv

Gen. 8, 11 letters, t skOhdCwyxjpUd FnTy CnsgjtnICv

Gen. 9, 11 letters, t skOhdCwydjpUd FnTy CnsgjtnICv

Gen. 10, 12 letters, t skOhdCwydj Ud FnTy CnsgjtnICv

Gen. 11, 12 letters, t skOhdCiydj Ud FnTy CnsgjttICv

Gen. 12, 13 letters, t skOhdCiydj Ud FnTy CIsgjttICv

Gen. 13, 13 letters, t skOhdCiydj Ud FnTy CIsgjttICv

Gen. 14, 13 letters, t szOhdCiydj Ud FnTy CIlgmttICv

Gen. 15, 14 letters, A szOhdCiydj Ut FnTy CIlgmtpICv

Gen. 16, 15 letters, A szOhdCiydE Ut FnTy CIlgmtpICv

Gen. 17, 15 letters, A szOhdCiydE Ut FnTy CIlgmtpICv

Gen. 18, 16 letters, A szOhdCAydE Ut FnTy CIlgmtpICv

Gen. 19, 17 letters, A szOhdCAydE Ut FnTy CIlgTqpICv

Gen. 20, 18 letters, A szOhdCAy E Ut FnTy CIogTqpICv

Gen. 21, 19 letters, A szOhUCAy E Ut FnTt CIjgTqpICv

Gen. 22, 20 letters, A szOhUCAO E Ut FnTt CIjgTqpICv

Gen. 23, 21 letters, A szOhUCAO E Ut FnTt CIjgTIpICv

Gen. 24, 21 letters, A szOhUCAO E Ut FnTt CIjgTIpICv

Gen. 25, 21 letters, A smOhUCAO E Ut FnTt CIjgTIpICv

Gen. 26, 21 letters, A suOhUCAO E Ut FnTt CIjgTIpICv

Gen. 27, 22 letters, A suOhUCAO E Ut FnTO CIjgTIpICv

Gen. 28, 23 letters, A suOhUCAO E Ut FnTO CIEgTIpICv

Gen. 29, 23 letters, A suOhUCAO E Ut FnTO CIEgTIpICv

Gen. 30, 23 letters, A suOhUCAO E Ut FnTO CIEgTIpICv

Gen. 31, 23 letters, A suOhUCAO E Ut FnTO CIEgTIpICv

Gen. 32, 24 letters, A suOhUCAO E Ut FnTO CIENTIpICv

Gen. 33, 24 letters, A suOhUCAO E Ut FnTO CIENTIpICv

Gen. 34, 25 letters, A EuOhUCAO E Ut FnTO CIENTIpICv

Gen. 35, 25 letters, A EuOhUCAO E Ut FnTO CIENTIpICv

Gen. 36, 25 letters, A EuOhUCAO E Ut FnTO CIENTIpICv

Gen. 37, 26 letters, A EuOtUCAO E Ut FATO CIENTIpICv

Gen. 38, 26 letters, A EuOtUCAO E Ut FATO CIENTIpICv

Gen. 39, 27 letters, A EVOtUCAO E Ut FATO CIENTIpICv

Gen. 40, 27 letters, A EVOtUCAO E Ut FATO CIENTIpICv

Gen. 41, 27 letters, A EVOtUCAO E Ut FATO CIENTIpICk

Gen. 42, 27 letters, A EVOtUCAO E Ut FATO CIENTIpICk

Gen. 43, 27 letters, A EVOtUCAO E Ut FATO CIENTIpICk

Gen. 44, 27 letters, A EVOtUCAO E Ut FATO CIENTIpICk

Gen. 45, 27 letters, A EVOtUCAO E Ut FATO CIENTIpICk

Gen. 46, 27 letters, A EVOtUCAO E Ut FATO CIENTIpICk

Gen. 47, 28 letters, A EVOLUCAO E Ut FATO CIENTIpICk

Gen. 48, 29 letters, A EVOLUCAO E Ut FATO CIENTIFICk

Gen. 49, 29 letters, A EVOLUCAO E Ut FATO CIENTIFICk

Gen. 50, 30 letters, A EVOLUCAO E UM FATO CIENTIFICk

Gen. 51, 30 letters, A EVOLUCAO E UM FATO CIENTIFICk

Gen. 52, 30 letters, A EVOLUCAO E UM FATO CIENTIFICk

Gen. 53, 30 letters, A EVOLUCAO E UM FATO CIENTIFICk

Gen. 54, 30 letters, A EVOLUCAO E UM FATO CIENTIFICk

Gen. 55, 30 letters, A EVOLUCAO E UM FATO CIENTIFICk

Gen. 56, 30 letters, A EVOLUCAO E UM FATO CIENTIFICk

Gen. 57, 31 letters, A EVOLUCAO E UM FATO CIENTIFICO

31 Matched! in 57 generations.

   Em outras duas rodadas, o programa levou 105 e 73 gerações, respectivamente, para chegar ao resultado esperado. Se o programa revelasse uma geração por segundo, ele levaria de 1 a 2 minutos para chegar ao resultado final. Isso é um tempo muito menor do que os bilhões de bilhões de bilhões de vezes o tempo de existência do Universo.

   Note que a combinação de letras foi gerada “ao acaso”, mas a seleção cumulativa ao longo das gerações direcionou essas mudanças, mantendo aquelas que mais se “adequavam” às nossas regras, e excluindo aquelas menos “adequadas”. As combinações selecionadas podiam se “reproduzir” para as próximas gerações. Esse experimento mostra o poder da seleção cumulativa.

   A evolução biológica ocorre de forma análoga. O DNA é uma molécula formada por milhares ou milhões de “letras”, os nucleotídeos. Existem quatro tipos de nucleotídeos que compõem o DNA – Citosina (C), Guanina (G), Adenina (A) e Timina (T). A ordem com que esses nucleotídeos estão dispostos ao longo da cadeia de DNA e a quantidade destes nucleotídeos, junto com outros fatores, determina as características do organismo. Toda essa sequência de nucleotídeos é chamada de genoma. Podemos dizer que o genoma, na nossa analogia, é a frase, enquanto os nucleotídeos são as letras. A cada vez que uma célula se divide, todo esse genoma é replicado de forma semiconservativa. Essa replicação está sujeita a falhas, o que insere mutações no genoma (assim como o nosso programa gera mutações aleatórias nas sequências de letras a cada replicação). Essas mutações, se passadas à próxima geração por meio das células reprodutivas (os gametas), podem (ou não) alterar características físicas, comportamentais e/ou fisiológicas. Se essas mutações causarem alterações desvantajosas, o organismo e seus descendentes terão menos chances de sobreviver e passar seus genes para a próxima geração. No entanto, se essa alteração, por menor que seja, trouxer algum benefício para o organismo, este terá mais chances de sobreviver a tempo de passar seus genes para a próxima geração. Como o DNA da próxima geração foi gerado por replicação semiconservativa a partir do DNA da geração anterior, ele não é “embaralhado” do zero, como no primeiro exemplo acima. Ele é copiado a cada geração, como no segundo exemplo, mantendo a maior parte do arranjo das sequências de nucleotídeos. Essa sequência pode ser alterada levemente pelas mutações. Mutações no DNA que geram características vantajosas são selecionadas pelo ambiente, aumentando as chances de reprodução dessas mutações. Esse processo recebe o nome de Seleção Natural. Com o tempo, essas mudanças vantajosas são selecionadas cumulativamente, gerando mudanças físicas significativas. Em 3,5 bilhões de anos de processo evolutivo constante, a vida na Terra foi capaz de se ramificar em milhões de formas distintas.

   No entanto, ao contrário do processo evolutivo biológico, nesse programa a seleção não é natural. Havia um objetivo final no programa, que era chegar à frase “a evolucao e um fato cientifico” definido artificialmente por mim.  A evolução biológica não tem um objetivo final, como alguns acreditam. Ela simplesmente acontece. Por outro lado, o programa deixa claro que a seleção é um agente capaz de direcionar e gerar evolução em tempos muito menores que a simples aleatoriedade.

   Por isso, da próxima vez que você ouvir que a vida na Terra não poderia apresentar as formas que apresenta por mero acaso, lembre-se do poder da seleção natural. É ela o motor principal da evolução, e, aliada ao tempo, ela é capaz de criar “infinitas formas de grande beleza”.

Fonte: O Relojoeiro Cego – Richard Dawkins – 1986 
(www.universoracionalista.org)

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Brasileiro desconhece importância da polinização para produção de alimentos

Projetos tentam estudar o processo e reverter a desinformação


Pesquisas do projeto Polinizadores do Brasil constataram, nos últimos cinco anos, que abelhas, insetos e aves são fundamentais para o aumento da produtividade em lavouras, pomares e matas. Em alguns casos de polinização com abelhas, a produtividade pode aumentar em até 70%, de acordo com o projeto coordenado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e Ministério do Meio Ambiente.

Apesar dessa contribuição, técnicos do Funbio revelaram que 78% da população brasileira desconhece a importância da polinização para produção de alimentos. Citaram, inclusive, números da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), segundo os quais 70% das culturas agrícolas dependem dos polinizadores. As abelhas são essenciais para garantir a alta produtividade e qualidade dos frutos e de diversas culturas.

Levantamento da Universidade de São Paulo (USP) vai além e informa que cerca de 75% da alimentação humana dependem de plantas polinizadas. Esse serviço, feito gratuitamente por abelhas, aves e insetos, é estimado em US$ 12 bilhões anuais nas principais culturas brasileiras. Conforme a Funbio, a maioria dos brasileiros desconhece até o que seja polinização.

Planos de manejo

Para divulgar a importância do papel dos polinizadores na produção de alimentos e a necessidade de promover a conservação e o uso sustentável dos animais, o projeto estudou a polinização de culturas agrícolas brasileiras entre 2011 e 2015.

Também produziu uma série de planos de manejo com recomendações para agricultores e observou o comportamento de diferentes espécies de polinizadores, identificando, inclusive, nove novas espécies de abelhas.

De acordo com a secretária-geral da Funbio, Rosa Lemos de Sá, o projeto Polinizadores do Brasil é a maior iniciativa já realizada no país sobre o assunto. É um grande trabalho de pesquisa e análise de dados, envolvendo 60 bolsistas de 18 instituições de pesquisa em 15 estados para entender, conhecer e reconhecer o papel dos agentes polinizadores na produção agrícola.

Segundo Rosa Lemos, das quase 310 espécies de plantas conhecidas, 87% dependem de polinização animal. Rosa acrescentou que as abelhas são responsáveis por mais de 70% das polinizações.

Em parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), USP, entre outras universidades, as pesquisas coletaram informações sobre o comportamento de agentes polinizadores nas culturas de algodão, caju, canola, castanha-do-brasil, melão, maçã e tomate.

Recomendações

O trabalho rendeu mais de 40 publicações, incluindo plano de manejo para cada cultura estudada, com sugestões de práticas amigáveis aos polinizadores. Entre as recomendações de boas práticas agrícolas para manutenção dos agentes polinizadores, algumas são comuns a todas as culturas: manter a vegetação natural próxima às roças, fazer plantios consorciados, preservar fontes de água e evitar desmatamentos.

“São ações simples que favorecem a visitação dos agentes”, afirmou Vanina Antunes, coordenadora do projeto do Funbio. Ela lembrou que também é importante o cuidado com o uso de agrotóxicos que, em alguns casos, podem reduzir em mais de 80% o número de visitas dos agentes polinizadores às flores.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos, Carmen Pires, que coordenou pesquisas de polinização em algodoeiros de Mato Grosso e da Paraíba, o cultivo de algodão próximo a matas nativas costuma receber visitas" mais frequentes de abelhas, com aumento da produtividade em até 18%.

"Interessante observar também que o benefício das abelhas na plantação é maior à medida que há mais variedades de espécies de abelhas na época da floração", concluiu.

Fonte: eCycle

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Paciente candidato a 1º transplante de cabeça

22/09/2015

Russo sofre de atrofia muscular espinhal chamada Werdnig-Hoffmann.Neurocirurgião quer fazer cirurgia em 2 anos; outros cientistas contestam.


Valery Spiridonov se candidatou para ser o primeiro paciente a se submeter a um procedimento de transplante de cabeça (Foto: Reprodução/TV Globo)
Valery Spiridonov, que tem uma doença degenerativa, se candidatou para ser o primeiro paciente a se submeter a um procedimento de transplante de cabeça (Foto: Reprodução/TV Globo)

O russo Valery Spiridonov, o primeiro homem que se candidatou a ter a cabeça transplantada para um novo corpo, afirmou à Agência EFE que não tem pressa para entrar na sala de cirurgia, embora acredite que tudo estará pronto para a operação até dezembro de 2017, conforme anunciou o neurocirurgião italiano Sergio Canavero.
"Lido com este tema com bastante tranquilidade, à espera que a data seja confirmada. Não me importa onde ou quando, não tenho pressa. O que me importa é a confiabilidade do procedimento", declarou o voluntário, de 30 anos.
Spiridonov sofre de uma atrofia muscular espinhal chamada síndrome de Werdnig-Hoffmann, uma grave doença genética degenerativa que o impede de movimentar todos os membros, salvo as mãos e a cabeça.
O controverso neurocirurgião Canavero, duramente criticado pelos colegas de profissão, garante que desenvolveu uma técnica que permitiria unir a cabeça do paciente a outro corpo saudável, doado por um indivíduo que teve morte cerebral.
Canavero anunciou no início de setembro que a cirurgia será realizada no fim de 2017 na Universidade Médica de Harbin, na China.
"Acreditamos que teremos tudo pronto até lá", confirmou Spiridonov, programador e artista gráfico que vive na cidade de Vladimir, a 170 quilômetros de Moscou, e que já deixou claro ao mundo que sua determinação para se submeter à arriscada operação é inalterável.
O voluntário lembrou que "a doença é degenerativa e, no final, mortal" porque "degenera os músculos, e o coração, afinal de contas, também é um músculo".

Autorização pendente

"A China quer tomar a iniciativa e está disposta a se arriscar para obter uma vitória no meio científico. A permissão das autoridades para realizar a operação é um assunto que, apesar de não estar resolvido, estará em breve", comentou o russo sobre o lugar onde deve ser feito o procedimento.
Canavero ganhou nos últimos meses a parceria do médico chinês Ren Xiaoping, que, segundo Spiridonov, realizou experimentos com ratos que provariam a eficácia da técnica desenvolvida pelo colega italiano.
"Há resultados nos experimentos com os ratos. Inclusive há vídeos nos quais é possível comprovar que os ratos sobrevivem um tempo depois da operação", afirmou Spiridonov, que postou alguns desses vídeos nas redes sociais.
De acordo com o voluntário, "a pesquisa é focada em prolongar a vida desses ratos, sua qualidade de vida e o processo de regeneração" depois da operação.
Canevero diz que usará uma substância chamada polietilenoglicol, capaz de conectar a cabeça com as fibras nervosas da medula espinhal, de modo que o cérebro possa transmitir ordens ao corpo e colocar seus órgãos e extremidades em movimento.

Neurocirurgião é alvo de críticas

Seus críticos lembram que, em 1970, um cirurgião americano já conseguiu unir a cabeça de um chimpanzé ao corpo de outro, mas não pôde conectar o cérebro com o espinha dorsal e o animal morreu após nove dias.
Valery, no entanto, tem confiança no médico que promete um avanço científico revolucionário, praticamente um milagre, e diz que estudou profundamente as pesquisas de Canavero para ter segurança.
O italiano explicou à EFE que a operação, com um custo ligeiramente superior a US$ 10 milhões, durará por volta de 36 horas e necessitará da presença de 150 médicos de apoio.
"Na sala deverão estar as duas pessoas, a que doará o corpo e a que receberá o corpo. A cabeça que será transplantada será resfriada a uma temperatura de 12 graus, depois se procederá a retirada da cabeça de ambos - vasos sanguíneos, músculos, ossos. Após isso, começará a fase em que o paciente receberá seu novo corpo", explicou.

Fonte: G1

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A Esquistossomose está descontrolada no Brasil e nosso governo não se importa!

Vivemos num país que o sistema de saúde não vai muito bem, onde famílias são dizimadas pelo simples fato de não existir um atendimento de qualidade nos hospitais ou por falta de um simples medicamento para o tratamento de doenças. É assim que uma doença parasitária como a Esquistossomose é vista no Brasil, ou seja, é uma doença negligenciada pelo governo, sem preocupação, onde inúmeros casos são notificados a cada dia por todo o país, principalmente no Nordeste.

Para entender como essa doença ataca o ser humano, vamos compreender como inicia o seu ciclo. A esquistossomose é causada por um parasita chamado de Schistosoma mansoni que tem como hospedeiro definitivo o homem e os caramujos de água doce, especificamente, do gênero Biomphalaria, como hospedeiro intermediário para que o seu ciclo seja desenvolvido. O início deste ciclo começa quando um homem infectado elimina suas fezes e que devido às más condições de saneamento básico atingem os rios, açudes e lagos. Os ovos produzidos pelo parasita acabam sendo jogados nessas águas onde eclodem e encontram os caramujos para se alojar e iniciar a primeira parte de seu desenvolvimento. Assim que as larvas se desenvolvem são liberadas pelos caramujos e as pessoas que entram em contato com essas águas são infectadas por elas pela pele e mucosas. Eles invadem os tecidos e crescem no interior dos vasos sanguíneos.

Na fase aguda, a doença causa coceiras, dermatites, febre, tosse, diarréia, enjôos, vômitos e muito emagrecimento. Em sua fase crônica, diarreias e prisão de ventre se intercalam e pode evoluir para quadros graves como, aumento do fígado e cirrose, aumento do baço, hemorragias pelo rompimento de veias no esôfago, a famosa barriga d’água que deixa o abdômen dilatado devido o plasma que sai do sangue e vasa pelos tecidos.
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Não existe vacina para essa doença, porém o tratamento para a esquistossomose é simples e realizada com alguns medicamentos específicos que combatem o parasita, como o hicantone, uma nova droga que se mostrou eficaz na cura da doença na maioria dos casos. O problema na verdade não é o tratamento com a medicação, o fator principal causador da doença é falta de respeito e dignidade que as autoridades não dão para a população que vive em verdadeiros “ninhos” dos parasitas em meio a esgotos, água suja e córregos totalmente poluídos e sem tratamento. Uma forma de prevenção da doença é o simples saneamento básico que deveria ocorrer nas cidades brasileiras, mas o que vemos são casos e mais casos da doença e em crescente evolução no país. As secretarias de saúde dos estados brasileiros muitas vezes não apresentam a real situação destas doenças parasitárias e escondem os verdadeiros dados que são registrados pelas pesquisas das universidades federais, como no estado do Maranhão, onde a UFMA, em suas pesquisas demonstraram que a transmissão da doença está descontrolada e nada se faz a respeito.

É necessário uma grande conscientização e ficar alerta para este tipo de ocorrência. A doença é séria e pode causar sérios danos a população quando não tratada no momento certo, isso porque a doença evolui para quadros irreversíveis e sua transmissão pode continuar por anos quando o saneamento básico não é realizado nas cidades. É preciso agir o mais rápido possível para que uma doença tão simples não venha se tornar uma epidemia nacional!

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Fonte: Diário de Biologia

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Adolescentes podem ou não fazer musculação?

Ao contrário do que muita gente pensa, os exercícios de musculação ­ se bem orientados ­ não
trazem prejuízos para os adolescentes, mas sim benefícios, já que a modalidade afasta os jovens do sedentarismo e os inserem numa rotina mais saudável.
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Segundo o professor e personal trainer, Artur Ribeiro, além de contribuir para o condicionamento físico e fortalecimento muscular, os exercícios ajudam no equilíbrio com a balança. “No período da puberdade o metabolismo é mais acelerado e, por isso, é mais fácil perder peso”, pontua Ribeiro.
Quanto à rotina de treinamentos, é importante ter o acompanhamento de um profissional para evitar exageros e exercícios errados. "Certos exercícios, independente do tempo, podem gerar sobrecargas mecânicas para os quais o aparelho locomotor de adolescentes e mesmo de adultos não esta preparado", explica Prof. Dr. Júlio Cerca Serrão, Coordenador do Laboratório de Biomecânica da Escola de Educação Física e Esporte da USP, autoridade no assunto.
O personal trainer Artur diz que, de maneira geral, pessoas sem restrições e que tenham uma liberação médica, podem treinar de três vezes a cinco vezes na semana, variando o tempo de 45 a 90 minutos em média. "A avaliação e orientação física se torna imprescindível para um melhor treinamento. Com os dados da avaliação física em mãos, e o aluno orientado das suas restrições e indicações, o professor poderá prescrever um treinamento muito mais adequado ao gosto pessoal, idade, objetivos e tempo disponível", explica Priscilla de F. de Arruda Camargo, Profa. de Ed. Física, Especialista em Avaliação e Orientação Fisica e Especialista em Exercícios na Saúde, na Doença e no Envelhecimento pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

* Jovens podem sair do sedentarismo com a musculação
As pesquisas científicas, derrubam cada vez mais mitos, como o de que musculação para adolescentes prejudicam o desenvolvimento do jovem. Professores bem informados e capacitados, orientam a musculação de jovens, em média, a partir de 11 anos. Fazer os jovens gostarem de atividade física os tira um pouco da internet e da televisão.
A preocupação deve ser com a segurança. “Sabemos que o sistema locomotor imaturo não está preparado para grandes esforços e o desenvolvimento geral do organismo pode ser afetado por atividades físicas extenuantes. Mas, bem­ orientados, os exercícios de musculação para adolescentes não oferecem grandes riscos”, explica Profa. Priscilla. "As hipóteses de que os exercícios com pesos poderiam esmagar ossos, lesar placas de crescimento e romper estruturas, são comprovadas cientificamente", explica Prof. Dr. Júlio Serrão. O ideal nessa faixa etária é fazer o esporte que o jovem goste, e o esporte coletivo, mais lúdico, é uma opção. O importante é não ficar sedentário, já que os jovens, por exemplo, de 11 e 12 anos estão cada vez mais internéticos e parados na frente seja do computador ou da televisão.
A musculação na adolescência pode ser ainda fundamental para prevenir a osteoporose no futuro. Mas, é importante saber que não existe "poupança de osso", ou seja, Prof. Dr. Julio Serrão explica que "o exercício e a musculação devem ser feitos a vida toda, serem incorporados na rotina de vida." A densidade mineral óssea aumenta na adolescência e se mantém até a terceira década. Há uma tendência de recomendar a musculação para adolescentes e reduzir a osteoporose na meia ­idade, mas o princípio básico é, deve­-se fazer exercícios a vida toda!

* Musculação pode prevenir a obesidade também nos jovens
A musculação a partir de 11 anos pode auxiliar também como prevenção à obesidade e às lesões causadas pela prática esportiva. O fundamental é que os aparelhos da musculação tenham regulagens específicas para jovens. O objetivo nessa idade não é aumentar a massa muscular. A melhor pessoa a determinar a carga e o número de repetições será o professor que acompanhará seu filho (a).
O ideal é que o treinamento de musculação seja associado a práticas esportivas e compensar, assim, a falta ou pouca atividade física nas escolas. “O importante é que os adolescentes saiam do sedentarismo, que adquiram hábitos saudáveis e que sintam o bem estar que o esporte proporciona”, esclarece o personal Artur Ribeiro.

* Relação especial com os exercícios físicos para cada idade. Vejam algumas sugestões:
Até os 5 anos: As atividades para esta fase devem ser lúdicas, imitando movimentos naturais, como correr, pular, dar cambalhotas e até mesmo nadar. Os esportes com bola não são recomendados, pois o entendimento de espaço e corpo não permitem as crianças a pegarem a bola e jogarem de volta para os amigos. Então, os exercícios mais indicados podem ser: natação, recreação em geral, judô e circo;
De 6 a 11 anos: Nesta fase as crianças podem começar a praticar atividades um pouco mais complexas e devem começar a interagir com as demais crianças. Portanto, os exercícios mais indicados são os jogos de equipe como: futebol, vôlei, tênis, e diversos outros esportes de acordo com a preferência de cada criança.
De 12 a 15 anos: Os pré ­adolescentes necessitam de esportes mais interativos e agitados para prender a atenção dos mesmos. Então vamos focar as atividades em competições que desenvolvem o equilíbrio, força e destreza. A musculação também é indicada nessa fase.
De 16 a 20 anos: Tenha cuidado ao incentivar certos exercícios, pois nessa fase os jovens não precisam desenvolver musculaturas invejáveis e sim devem desenvolver a coordenação motora e o condicionamento físico. As melhores atividades nessa fase são: caminhada e corrida, ciclismo (bike), ginástica localizada, boxe, pilates, jiu ­jitsu, etc.
Aos 20 anos: Nessa época os jovens estão mais socializados, porém gostam muito de interagir uns com os outros, então os esportes coletivos continuam sendo indicados. O corpo já está mais preparado para exercícios de impacto, os treinos de musculação devem ser mais focados e atividades como natação e corrida são muito indicados para o condicionamento físico.
Aos 30 anos: Nessa fase, como em todas as outras, o indicado é escolher os exercícios que dão mais prazer, mas sempre focando na saúde. O importante é não deixar de se movimentar, pois a partir dos 30 anos o metabolismo começa a desacelerar e qualquer descuido faz com que haja declínio no condicionamento físico, bem como a qualidade de vida.
A partir dos 40 anos: A musculação passa a ser primordial, pois o impacto causado pela atividade estimula a síntese óssea e o ideal é trabalhar o core (músculos do quadril, abdômen e costas que ajudam a estabilizar a coluna).

Nunca esqueça que o alongamento é muito importante em qualquer etapa da vida, mas o Prof. Dr. Julio Serrão, finaliza explicando que "também existe a flexibilidade, que pode ser desenvolvida por intermédio da musculação e que é fundamental, até mais que o alongamento tradicional."

Fonte: Sentir Bem UOL.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Brasil conquista quatro medalhas em olimpíada de Biologia

A delegação brasileira conquistou uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze na Olimpíada Ibero-Americana de Biologia (Oiab 2014), realizada entre 7 e 13 de setembro no México. Foi o melhor resultado do Brasil na história da competição.
A estudante Leticia Pereira de Souza, do Ceará, ficou com a medalha de ouro. Gabriel Guedes, de São Paulo, e Ana Luiza Smith, da Bahia, conquistaram a de prata; e Mario Anderson, também do Ceará, ficou com a de bronze.
Antes de viajar, a equipe participou de um treinamento intensivo com professores das Universidades do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Federal Fluminense (UFF) e da Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Eles tiveram aulas teóricas e práticas de Bioquímica, Biotecnologia, Microscopia, Ecologia, Genética, Histologia vegetal e Dissecção de vertebrados e invertebrados.

Durante a programação da Oiab, os jovens participaram de duas provas teóricas e uma prática, seguindo o modelo da olimpíada internacional.

Além da preparação promovida pelas universidades, a delegação contou com o apoio do Conselho Federal de Biologia, do Conselho Regional de Biologia (CRBIO-02), do Instituto Butantan, do Instituto de Tecnologia ORT, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da empresa Catalita Soluções.

A próxima Oiab será realizada em 2015 em El Salvador. Para participar, o aluno deve antes competir na Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB). Podem se inscrever jovens de no máximo 19 anos, que estejam cursando o ensino médio ou que já concluíram, mas ainda não se matricularam em uma instituição de ensino superior.

Fonte: Agência FAPESP

Vira-latas sob controle

Ninguém conhece ao certo o tamanho das populações canina ou felina no Brasil, sejam elas de animais supervisionados – que têm dono e vivem em domicílios – ou de rua.

A caracterização demográfica de cães e gatos é um passo importante para definir estratégias de manejo populacional desses animais, além de contribuir para o controle de zoonoses como a raiva e a leishmaniose visceral, que causam 55 mil mortes e 500 mil casos no mundo, respectivamente.

Para lidar melhor com esse problema, um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, criou um software capaz de estimar com elevado índice de precisão quantos cães e gatos domiciliados vivem nas cidades brasileiras. Em breve, esse programa poderá ser acessado livremente por órgãos do Ministério da Saúde e prefeituras.


“Conhecer a população de rua é essencial. Ela é resultado do abandono de animais”, diz o médico veterinário Fernando Ferreira, professor e coordenador do programa de pós-graduação da FMVZ.

O Brasil lidera a incidência de leishmaniose visceral na América Latina com cerca de 3 mil infectados por ano, o que representa 90% do total do continente. A raiva, apesar de poder ser controlada com vacinação, ainda tem casos no país. Em 1990, foram 50 casos em humanos, situação que variou de zero a dois casos entre 2007 e 2013.

Animais abandonados representam um problema de saúde pública, porque são os principais reservatórios e transmissores dessas enfermidades. Ao mesmo tempo, esses animais são vítimas de atropelamentos, abusos e crueldade.

A técnica mais confiável para dimensionar e classificar a população canina de rua foi criada pelo Instituto Pasteur em 2002 e indica que esses animais representam cerca de 5% dos indivíduos que têm dono.

“Assim, sabendo quantos cães supervisionados vivem numa determinada região, é possível estimar quantos existem nas ruas desse mesmo lugar”, diz Ferreira. “Já que existe uma relação direta entre essas duas populações, as estratégias de controle de cães abandonados passam pelo controle reprodutivo dos animais domiciliados”, explica o pesquisador, que contou no projeto com a colaboração do professor Marcos Amaku, também da FMVZ.

Batizado com a sigla capm – iniciais em inglês de companion animal population management ou manejo populacional de cães e gatos –, o software foi desenvolvido pelo doutorando Oswaldo Santos Baquero, bolsista da FAPESP.

“No meu estudo, avalio a validade de um desenho amostral complexo para estimar o tamanho populacional de cães domiciliados em municípios brasileiros. Também elaborei um modelo matemático de dinâmica populacional para simular cenários e definir prioridades de intervenção”, conta Baquero.

Para ele, a partir da modelagem matemática é possível, por exemplo, compreender com mais facilidade que o principal efeito esperado da esterilização é o aumento da população infértil e não a diminuição do tamanho de uma população inteira.

“Modelos matemáticos da transmissão da raiva na China sugerem que a melhor forma de controlar a doença é reduzir a taxa de natalidade canina e aumentar a imunização. Essas duas ações combinadas mostraram-se mais efetivas do que o sacrifício de animais.”

Fonte:Agência FAPESP

Calvície masculina

A calvície dos homens, na maioria dos casos, é causada por uma alteração genética herdada de uma substância de ocorrência natural chamada DHT. A calvície é considerada parcialmente hereditária sendo passada pelo lado paterno para mulheres. Vamos entender isso melhor:

Os gêneros masculino e feminino são determinados por um par de cromossomos sexuais, chamados de cromossomo X e cromossomo Y que ocorrem aos pares em todos nós. As mulheres têm dois cromossomos X (XX) e os homens tem um cromossomo X e outro Y (XY). Pesquisas apontam que o principal gene relacionado à calvície está localizado no cromossomo X. Assim, se você é homem e sua mãe possui o gene da calvície, existe uma chance de 50% de que você tenha recebido o cromossomo “calvo” de sua mãe.

Assim, para que um homem fique careca, basta que sua mãe ceda o cromossomo contendo o gene da calvície herdado de seu avô, que era careca. A calvície feminina já é mais rara, pois para acontecer com as mulheres é preciso que seus dois cromossomos X contenham o gene, neste caso, é certo que os filhos destas mulheres sejam carecas.

Por causa disso, muita gente costuma dizer que basta observar se o avô materno é calvo para saber se os seus netos (homens) também serão. Isso pode dar certo, pois se o seu avô é careca, ele passou este gene para sua mãe e as chances de você ser careca são de 50%. Mas cada gravidez é um caso, nem todos os irmãos podem receber o gene da calvície. Entretanto, de maneira geral, não é correto dizer que “puxei a careca do meu pai” e sim “puxei a careca do meu avô materno”. Isso tudo pode ser explicado no vídeo abaixo.

Mas é bom saber que a calvície não pode ser explicada somente a partir deste gene vindo da mãe. Existem indicações que outros genes estão envolvidos no processo, independente do sexo dos pais que os transmitiram. Além disso, situações de estresse também desencadeiam perda de cabelo.

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A calvície dos homens, na maioria dos casos, é causada por uma alteração genética herdada de uma substância de ocorrência natural chamada DHT.

Fonte: Diário de Biologia