Escócia começa a construir maior usina de energia das marés do mundo
O condado de Caithness, no litoral nordeste da Escócia, está prestes a ganhar uma estrutura no fundo do mar que vai gerar energia suficiente para abastecer 175 mil casas. Trata-se da MeyGen, a maior usina de energia das marés do mundo, com potencial total de 400 MW, que começará a ser construída este mês.
Financiada pelo Fundo de Investimento em Energia Renovável do Reino Unido, a iniciativa faz parte de um programa de energia limpa que prevê que até 2050 os britânicos produzam 190 GW de energia renovável. Para a primeira parte do projeto, foram investidas 51 milhões de libras (aproximadamente 203,5 milhões de reais).
Quando estiver concluída, a obra terá 269 turbinas. A empresa responsável pela gestão do projeto, a australiana Atlantis Resources, estima que 61 turbinas fiquem prontas no ano que vem e as restantes em 2020. A previsão é que a usina já comece a gerar e a entregar energia em 2016, com potencial suficiente para abastecer 46 mil casas.
Aproximadamente 25% da energia que vem do mar na Europa provém das costas escocesas, estima o governo. Só a Escócia gera 30% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis, graças, em grande parte, às hidrelétricas. No entanto, o MeyGen é considerado o primeiro projeto de energia das ondas em larga escala no mundo.
PRÓS E CONTRAS
Além de não ocupar muito espaço, essa fonte de energia não emite gases de efeito estufa quando em funcionamento e é renovável, uma vez que é resultado de campos gravitacionais do Sol e da lua, combinados à rotação da Terra em torno de seu eixo. Também é possível gerar energia com velocidades baixas, mesmo a 1 m/s, graças à densidade da água, mil vezes mais alta que a do ar.
No entanto, ainda existem poucos exemplos de usinas de energia das marés no mundo e não foram determinados todos os impactos ao meio ambiente. Acredita-se que, como as barragens de marés dependem da manipulação do nível dos oceanos, as usinas tenham efeitos ambientais semelhantes ao das hidrelétricas.
A construção das usinas também pode interromper a migração de peixes nos oceanos e as turbinas podem atrapalhar a circulação de grandes animais marinhos.
Outra desvantagem desse tipo de energia é o alto custo. Projeções apontam que a energia das marés será comercialmente rentável até 2020, com tecnologias melhores. Mas, para isso, é necessário mais investimento em pesquisa no setor.
Fonte: Planeta Sustentável
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