domingo, 9 de novembro de 2014

Animais e suas mães

O estudo da consciência dos animais é motivo de grandes debates. Será que os animais têm consciência? Será que eles percebem e entendem seu entorno?  Golfinhos, elefantes e alguns pássaros, são realmente  auto-conscientes, como alguns estudos apontam? Será que eles possuem um certo senso de si? Será que eles entendem a morte? 


Em 2012, na Birmânia, país Asiático, um bebê cachorro foi visto ao lado do corpo de sua mãe já em estado avançado de decomposição. A causa da morte é desconhecida, mas o fato é que a mamãe cadela já estava morta a vários dias e mesmo assim, o filhote não a abandonou. Um fotógrafo que passava pelo local, pôde registrar a cena e felizmente o bebê foi resgatado e levado para um mosteiro budista da região. A captura do filhote não foi fácil, ele tentava se esconder sob a carcaça da mãe cortando o coração do fotógrafo!

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Em 2014, funcionários de diferentes ONGs de proteção à vida selvagem ficaram sensibilizados quando encontraram um filhote de elefante que se recusava a se separar do corpo de sua mãe, morta, num território no Quênia, na África. O bebê que tinha apenas 5 meses, passou a noite deitado sobre o corpo da mãe e depois de várias tentativa de retirá-lo de lá, ele foi sedado para que o corpo da mãe fosse removido. O bebê foi levado para um orfanato de elefantes, ele já estava desidratado por estar muitas horas sem beber e comer nada.
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Em 2013, seres humanos com o coração de pedra envenenaram elefantes de uma manada que vivia no Santuário dos elefantes pigmeus da ilha de Bornéu, na Malásia. Dez adultos foram envenenados através da comida e um deles era uma mãe que ainda cuidava e amamentava seu bebê. A mamãe elefante não resistiu ao envenenamento e morreu. Quando os funcionários do parque encontraram o corpo da mamãe elefante, o bebê de apenas 3 meses, estava ao seu lado usando a tromba para tentar reanima-la. Os elefantes pigmeus estão ameaçados de extinção e, segundo a WWF (World Wildlife Fund ), existem menos de 1.500 destes elefantes no planeta.
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Em 2011 um tornado atingiu o estado do Alabama (EUA), ao todo mais de 250 pessoas morreram. Uma imagem de um cão conhecido como Alex ficou velando o corpo da mãe, Lexus, vítima do tornado. Somente após a retirada da mãe dos escombros é que Alex quis sair do local. Ele foi levado para um abrigo de animais em Tuscaloosa, onde 400 outros animais foram levados depois do tornado.
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Chequita, um bebê macaco, cuida de sua mãe Cassie, enquanto ela passa por uma cirurgia na mão no Melbourne Zoo, Austrália. Os veterinários acharam que causariam um trauma muito grande no bebê ao separá-lo da mãe para o procedimento cirúrgico, pois, assim como os bebês humanos, os bebês macacos ficam com a mãe 24 horas por dia e não sabem se cuidar sozinhos. Este caso felizmente teve um bom final: após se recuperar da anestesia, Cassie voltou a cuidar do bebê e tudo ficou bem.
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Fonte: Megacurioso

domingo, 2 de novembro de 2014

Ebola

A infecção pelo vírus ebola causa uma febre hemorrágica, uma das doenças virais mais perigosas, frequentemente fatal, com índice de mortalidade de 50 a 90% dos casos.
A Febre Hemorrágica Ebola - FHE, é uma doença infecciosa grave, porém muito rara.
O vírus ebola, considerado por muitos, o vírus mais perigoso que a humanidade conhece, é um filovírus de forma filamentosa que não possui classificação.

Ele recebeu essa denominação porque foi identificado pela primeira vez em 1976 na República Democrática do Kongo (antigo Zaire), perto do Rio Ebola.

Ebola
Agente causadorEbolavirus
Transmissão: contato direto com o sangue ou secreções de um indivíduo infectado.
Principais sintomas: febre alta, hemorragias.
Diagnóstico: análise do sangue.
Tratamento: nenhum.
Profilaxia: isolamento total dos infectados.

Transmissão
É transmitido pelo contato direto com o sangue, secreções ou semen de pessoas portadoras do vírus. Frequentemente, funcionários da saúde que mantém contato direto com doentes ou mortos, são infectados. Pelo sêmen a transmissão pode ocorrer até sete semanas após a recuperação clínica da doença.

As populações africanas são infectadas em alto número, devido à cultura das aldeias, onde as famílias tem o costume de lavar o corpo dos mortos de forma manual e com cuidado antes do enterro. Assim, o indivíduo morto pelo ébola, transmite o vírus a todos aqueles que tiverem contato com o corpo.

Por ser uma doença rara, foram registrados aproximadamente 1500 casos, desde 1976 até o final de 2013, dos quais cerca de mil resultaram em morte. No surto originado na Guiné, em dezembro de 2013, que acabou se tornando o maior surto de ebola de todos os tempos, mais de 8000 pessoas foram infectadas, resultando em mais de 4000 mortes. Em 2014, o vírus foi transmitido para pessoas na Espanha e Estados Unidos.

Sabe-se, atualmente que, o vírus ébola não é altamente infeccioso, como demonstra muita ficção circulada nos países ocidentais (por exemplo, no filme Epidemia [Outbreak, 1995], o vírus sofre uma mutação e passa a ser transmitido pelo ar — o que é quase impossível ocorrer). Por isso, é muito difícil ocorrer uma epidemia nos países ocidentais, pois a higiene bloqueia qualquer expansão de casos de transmissão do vírus de uma pessoa para outra.

Atenção: toda pessoa que tenha tido contato físico com pacientes ou mortos do ebola deve ser mantida sob rígida vigilância e ter a temperatura do corpo verificada pelo menos duas vezes ao dia, pois, se a temperatura ultrapassar 38,3° celsius, é necessária a hospitalização imediata e o isolamento total, para que não ocorra a disseminação do vírus. A observação de casos suspeitos deve continuar por três semanas após a data do último contato com infectados.

Sintomas
Inicialmente o vírus se multiplica nas células do fígado, baço, pulmão e tecido linfático, causando danos significativos e hemorragias. Os primeiros sintomas são: febre alta e repentina; dores musculares; dor de cabeça; conjuntivite (inflamação nos olhos), que neste caso resulta em cegueira; dor de garganta e fraqueza. Após alguns dias, surgem vômitos e diarréia (acompanhados ou não de sangue), erupções na pele, redução das funções do fígado e dos rins, pertubações cerebrais e alteração de comportamento. O estágio final da doença é percebido pelas intensas hemorragias internas e externas que não cessam porque o sangue não coagula. As fezes são geralmente pretas por causa de hemorragias gastrointestinais. Podem ocorrer sangramentos no nariz, ânus, boca, olhos, e em todos os orifícios da pele. A morte surge de uma a duas semanas após o inicio dos sintomas (ou até um mês após a infecção inicial). O vírus destrói o cérebro e a vítima geralmente tem convulsões epilépticas no estágio final da doença.

Este vírus é temido pelos humanos não apenas pela rapidez da evolução da doença, mas também pelo sofrimento do doente. Na maioria dos casos: a superfície da língua se desfaz; o revestimento da traquéia e da garganta se desmancha; hemorragias ocorrem no coração; o fígado inchado apodrece e se desfaz, assim como a medula; os rins deixam de funcionar fazendo com que a urina se misture com o sangue; a pessoa chega até a vomitar pedaços do intestino com sangue.

Diagnóstico
Pode ser feito pela observação direta do vírus em amostra sanguínea através do microscópio eletrônico ou por detecção de anticorpos. Estes testes requerem procedimentos de segurança biológica máxima.

Tratamento
Não há tratamento ou vacina eficaz . Os doentes devem ser postos em quarentena e os familiares impedidos de tocar no corpo dos falecidos.

Prevenção
Para que a doença não se torne uma epidemia, é necessário que os pacientes suspeitos sejam isolados, e os funcionários do hospital serem informados da doença e de sua transmissão, para que tenham o máximo de cuidado com aparelhos que entram em contato com fluidos corporais dos doentes e com o lixo hospitalar. Os funcionários devem usar luvas, vestimentas e máscaras individuais. Os pacientes mortos devem ser imediatamente enterrados ou cremados.

Fonte: InfoEscola

Exploração espacial

Um infográfico que mostra alguns avanços na exploração espacial. Informação e curiosidades. Chamo a atenção para a quantidade de lixo espacial, que não tem como "varrer" de lá.

http://noticias.uol.com.br/infograficos/ciencias/novas-fronteiras-exploracao-espacial/index.htm


sábado, 25 de outubro de 2014

Fumar maconha pode lhe dar doenças mentais como a esquizofrenia, afirma estudo com 20 anos de duração

Um estudo de 20 anos sobre os efeitos do uso da maconha a longo prazo demoliu o argumento de que a droga é segura.

Cannabis é altamente viciante, causa problemas de saúde mental e abre a porta para drogas pesadas, segundo o estudo.

O papel do professor Wayne Hall, um conselheiro de drogas para a Organização Mundial de Saúde, constrói um caso convincente contra aqueles que negam que a maconha provoca devastação no cérebro.

O cientista recusa veementemente as opiniões daqueles que dizem que a maconha é inofensiva: "Se a maconha não é viciante, então nem é a heroína ou álcool são", disse ele.


Aqueles que tentam parar de fumar maconha, muitas vezes, sofrem de ansiedade, insônia, distúrbios do apetite e depressão, segundo o estudo. Mesmo após o tratamento, menos da metade conseguiu ficar longe da droga durante seis meses.

O professor ainda salientou que, de acordo com os dados, seria impossível ter uma overdose fatal usando maconha, tornando-a menos perigosa do que outras drogas. Além disso, usar a Cannabis sativa durante a gravidez pode reduzir o peso do bebê e, ao longo prazo, aumentar os riscos de câncer, bronquite e ataque cardíaco.

Mas sua principal conclusão é que o uso regular, especialmente entre adolescentes, leva a problemas de saúde mental, de longo prazo e dependência.

"O ponto importante que eu estou tentando mostrar é que as pessoas podem entrar em dificuldades com o uso de Cannabis, particularmente se elas usam diariamente por longo período", disse ele. "Não há dúvida de que os usuários pesados ​​experimentam uma síndrome de abstinência semelhante aos usuários de álcool ou heroína”.

Mark Winstanley, comentou: “A maconha é erroneamente vista como uma droga segura, mas este novo estudo mostra que há uma ligação clara com a psicose e esquizofrenia, especialmente em adolescentes”. Além disso, segundo ele, fumar maconha é uma roleta russa, onde pode surgir sintomas de problemas mentais a qualquer momento.

No Reino Unido, Nick Clegg, líder de um dos partidos que é favorável a descriminalização da maconha, afirmou em uma conferência que as pessoas não devem ser presas se forem apanhadas com uma pequena quantidade da droga.

O estudo, publicado na revista Addiction, mostrou que existem uma ascensão na procura de tratamentos médicos para a chamada “síndrome de dependência de Cannabis”. O estudo também mostrou que não houve diminuição ou controle do uso da droga em países onde ela foi legalizada.

Fonte: Jornal Ciência

A primeira expedição do mundo a adentrar a Porta do Inferno no Turcomenistão



No ano passado, o explorador canadense George Kourounis tornou-se a primeira pessoa a sondar suas profundezas ardentes.

Em novembro de 2013, George Kourounis, em parceria com a National Geographic e a empresa de viagens Kensington Tours, tornou-se a primeira pessoa a chegar ao fundo da cratera, por todos os seus 70 metros de largura e 30 metros de profundidade, no deserto ao norte do Turcomenistão.

Apelidada de Porta do Inferno, a Cratera de Darvaza foi ‘criada’ há quatro décadas, quando uma sonda de perfuração Soviética desmoronou.


Os detalhes não são claros quanto ao que realmente aconteceu, mas acredita-se que os cientistas soviéticos incendiaram a plataforma para queimar os gases nocivos que foram liberados após o colapso, mas subestimaram a quantidade de gás natural que existia abaixo da superfície.



De acordo com a National Geographic, o Turcomenistão (ou Turquemenistão) tem a sexta maior reserva de gás natural do mundo, e este fator provavelmente levou à criação deste grande buraco de fogo no chão.

Além de ir a um lugar que ninguém nunca foi antes, a missão da Kourounis era coletar amostras de solo a partir do chão da cratera para determinar se a vida realmente pode sobreviver naquelas condições. Se sim, a pesquisa poderia ter grandes implicações na perspectiva de encontrar vida em condições extremamente duras, em outros planetas.

Para entrar na cratera, várias medidas foram tomadas. Além de 18 meses de preparação, há também um traje refletor de calor, equipamento de respiração autossuficiente, e uma cadeira de Kevlar antiderretimento, toda equipada. Ele chegou ao ponto de contratar um coordenador de dublês de Hollywood para treinar a andar próximo às chamas sem entrar em pânico e saber como contornar a situação com calma.



Korounis relatou para Nunez a sensação de entrar pela primeira vez na cratera que é um dos fenômenos naturais mais estranhos do mundo. “Quando você olha pela primeira vez a cratera, é como se ela tivesse saído de um filme de ficção científica. Você tem este vasto deserto com quase nada lá, e de repente surge esta cratera em chamas escancarada”, disse.

“O calor que ela emite é ardente, o brilho das faíscas que giram em torno do ar no local é simplesmente fantástico de se assistir, e quando você está a favor do vento, você recebe esta onda de calor que é tão intensa que você não pode sequer olhar diretamente para o vento. Você tem que proteger o seu rosto com a mão, ao ficar em pé na borda da cratera. Nessa hora eu pensei: ‘Ok, talvez eu tenha mordido além do que eu podia mastigar’", finalizou Korounis.



O pesquisador estava atrás de formas microbianas de vida, que pudessem sobreviver em um ambiente tão quente e riquíssimo em metano. Ele ainda ressaltou que mesmo que não tivesse encontrado nada, a expedição já seria enriquecedora.

Os cientistas conseguiram encontrar bactérias que vivem na parte inferior da cratera com adaptação incrível ao calor. Outro fator importante é que estas mesmas bactérias não foram encontradas ao redor da cratera ou nas proximidades, nem mesmo a uma certa distância.

Não existem pesquisas completas sobre a cratera e ninguém sabe informar, com exatidão, quantos anos mais ou décadas, ela continuará a queimar.

Fonte: Jornal Ciência

Impressionante: estátuas reais das vítimas do vulcão Vesúvio

Possivelmente no ano 79 dC um catástrofe natural devastou Pompeia e Herculano, duas cidades da Roma Antiga, localizadas hoje próximo a Nápoles, na Itália. Tremores de terra seguidos de uma grande erupção do vulcão Vesúvio provocaram uma intensa chuva de cinzas que sepultou completamente a cidade. Os abalos eram comuns daquela região e 17 anos antes da tragédia um terremoto grandioso destruiu quase totalmente a cidade. Felizmente, com esses abalos, muitas pessoas deixaram a região. Mas em 79 muitas pessoas ainda viviam em Pompeia e Herculano e estavam tentando reerguer a cidade.

Depois da devastação de 79 aquela região ficou completamente esquecida e somente no Sec. XVI parte da cidade foi descoberta, mas apenas em meados o Sec. XIX foram feitas escavações intencionais com profissionais preparados. No começo da exploração, descobriu-se que espaços vagos ocasionais nas camadas de cinzas apresentavam restos humanos. Os escavadores perceberam que aqueles eram espaços deixados por corpos decompostos, injetaram gesso nestes espaços e puderam recriar o formato das vítimas do Vesúvio. O resultado foi uma série de formas extremamente fiéis dos habitantes de Pompeia e Herculano incapazes de escapar, preservados em seu último instante de vida, alguns com uma expressão de terror claramente visível. A maioria destas pessoas morreu de asfixia devido à inalação das cinzas vulcânicas e do gás clorídrico. Muitos foram mortos pelo calor que se acredita ter alcançado 300° C.

Hoje a região é patrimônio mundial pela UNESCO. É uma das atrações turísticas mais populares da Itália, atingindo a marca de 2 milhões de visitantes por ano.

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Fonte: Wikipedia e História Viva

domingo, 21 de setembro de 2014

Memorização

Dica aos estudantes. Não é só isso, mas ajuda bastante.

Um jeito simples de ajudar seu cérebro a reter informações. Escrever à mão é mais eficiente para retenção de informações. Confira dicas do recordista brasileiro de memorização para fixar o conteúdo de aulas ou palestras.

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São Paulo – Mesmo que você digite mais rápido do que escreve, é melhor deixar o tablet ou o notebook de lado e pegar a caneta ao fazer anotações em aula, reuniões ou palestras.
E quem faz esta sugestão são dois cientistas, Pam Mueller, de Princeton, e Daniel Oppenheimer da Universidade da Califórnia, autores de um estudo publicado pelo jornal Psychological Science.

Eles descobriram que escrever à mão é bem mais eficiente para a memorização do que digitar. De acordo com o estudo, quem escreveu, ao invés de digitar, foi melhor no teste de retenção de informação na memória do que os colegas que fizeram o inverso.

Renato Alves, recordista brasileiro de memorização e autor do livro “Faça Seu Cérebro Trabalhar por Você” (Editora Gente) “assina embaixo” desta recomendação.“Quando escrevemos ativamos a memória sensorial e motora que registra os momentos feitos pelas mãos”, explica. 

Ele vai além: pede para caprichar na letra. “Quando você tem esse cuidado, precisa entrar num estado de concentração, ou seja, o ato de escrever por si só já ajuda a manter a mente mais focada. E como sabemos foco potencializa ainda mais a memorização”, diz.

Em seu livro “Não Pergunte Se Ele Estudou” (Humano Editora), Alves explica também que assistir uma aula prestando atenção e em seguida pegar uma folha de papel e fazer anotações traz ainda mais resultados.

“Ao processar e selecionar o que vai para o papel você acaba estimulando o córtex e produzindo sinapses. Escrever pode nos deixar mais inteligentes”, diz o especialista.

Para ele, são três atitudes quem estimulam a capacidade de memorização durante uma aula, palestra ou reunião:

1- Sente-se na primeira fila. “Para evitar dispersão”, diz.

2- Participe ativamente. “Acompanhar mentalmente a explicação, perguntar e participar ajuda a manter o foco”, diz.

3- Após a aula e com dúvidas solucionadas, faça um breve relatório, à mão, do que foi explicado. “Isso vai promover a fixação do assunto na memória”, diz.

Fonte: Exame.com

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Ginecomastia: homens com seios

Homens com mamas bem desenvolvida, geralmente possuem desequilíbrio hormonal. Existem hormônios androgênicos (masculino) e estrogênicos (feminino) e tanto homens como mulheres produzem ambos hormônios. É claro que os androgênicos são mais acentuados nos homens, são eles que estimulam a produção de espermatozoides e desenvolve e mantém características masculinas. Apesar dos homens também produzirem hormônios femininos, os níveis são extremamente baixos (10x menos que os masculinos). Em altas taxas, os estrogênicos podem causar não só o aumento das mamas, como também devem estar diminuição do interesse sexual e do crescimento de pelos faciais e ainda o surgimento de gorduras modeladoras que dão as curvas ao corpo da mulher.

O tratamento para ginecomastia é geralmente é cirúrgico onde é feita uma mamoplastia redutora, tirando os excesso de pele e tecido mamário. Em homens com gordura excessiva na mama (ginecomastia falsa), uma lipoaspiração resolve o problema. Nenhum destes procedimentos é recomendado em adolescentes, pois mais da metade dos meninos desenvolvem um pouco de mamas durante a puberdade (com 13-14 anos), mas normalmente elas regridem assim que os hormônios se estabeleçam, o que pode durar no máximo 1 ano.

É bom saber: o surgimento repentino de mamas avolumadas nos homens pode indicar um câncer de mama (sim, homens também tem câncer de mama!). Além disso, é preciso ficar de olho em medicamentos capazes de resultar no aumento da mama, como os quimioterápicos, por exemplo. A ingestão de anabolizantes também causa ginecomastia.

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Fonte: MedicinaNet

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Daltonismo

O Daltonismo, também conhecido como discromatopsia ou cegueira de cores, não chega ser uma doença, mas sim uma perturbação da percepção visual em que a pessoa tem a incapacidade de diferenciar cores, principalmente verde, vermelho e azul e também todas as cores derivadas deles.

É uma anomalia genética recessiva do cromossomo X, por causa disso ocorre com maior frequência entre os homens, que possuem apenas um cromossomo X, Já que as mulheres possuem dois. O Daltonismo é causado pela ausência ou pouca quantidade de alguns tipos de cones (células capazes de reconhecer as cores) ou por uma perda de função parcial ou total destes. Não tem cura ou tratamento, mas o uso de lentes específicas podem amenizar o problema.
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Como os tipos de daltônicos veem cubos mágicos. Foto: montagemdiariodebiologia

Tipos:

Protanopia

É quando há diminuição ou ausência total do pigmento vermelho. No lugar dele, o daltônico pode enxergar tons de marrom, verde ou cinza. Varia de acordo com a quantidade de pigmentos que o objeto possui. O verde tende a parecer semelhante ao vermelho. É como se a visão do vermelho e suas misturas fossem enxergadas como sépia.

Deuteranopia

Um daltônico com deuteranopia não vê a cor verde! Mas o resultado final é semelhante ao da protanopia, ou seja, os tons vistos são puxados para o marrom. Assim, quando ele observa uma árvore, enxerga tudo em apenas uma cor, com uma pequena diferença de tonalidade entre tronco e folhas.

Tritanopia

A espécie mais rara de daltonismo interfere na visão das cores azul e amarelo. Não se perde a visão total do azul, mas as tonalidades enxergadas são diferentes. O amarelo vira um rosa-claro. Daltônicos deste tipo não conseguem ver a cor laranja.
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Teste de Ishihara

Consiste na exibição de uma série de cartões coloridos, cada um contendo vários círculos feitos de cores ligeiramente diferentes das cores daqueles situados nas proximidades. Seguindo o mesmo padrão, alguns círculos estão agrupados no meio do cartão de forma a exibir um número que somente será visível pelas pessoas que possuirem visão normal.

Fonte: Diário de Biologia

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

NASA pode enviar plantas vivas para Marte em 2020



Dentro de uma década poderá haver vida em marte. Não por alienígenas ou até mesmo humanos, mas plantas. Isso porque a NASA tem planos para enviar uma nova sonda para o planeta vermelho, e, com ela, deverão enviar vida vegetal para estudos.

Com o projeto, os pesquisadores da Ames Research Center propuseram o MPX (Experimento com plantas em Marte), que tenta entender os efeitos da gravidade reduzida e dos altos níveis de radiação.

Para isso, os cientistas não vão plantar os vegetais por lá. O que será feito é adaptar um CubeSat (pequeno satélite em forma de cubo) e transformá-lo em uma estufa, preenchida com ar terrestre e sementes de Arabidopsis, uma planta da família da mostarda.

A caixa ficaria sobre a sonda, que também seria responsável por dar a água necessária para a sobrevivência da planta.

O teste é importantíssimo para definir se um dia será possível colonizar Marte. “Para ter uma base durável e sustentável em Marte, é necessário primeiro estabelecer se as plantas conseguem crescer por lá”, diz Heather Smith, principal pesquisadora do MPX. Segundo ela, em caso de sucesso, seria possível criar uma base sustentável.

No entanto, a proposta ainda não passa disso, já que há um número limitado de instrumentos que podem ser enviados para Marte junto com a próxima sonda. Por enquanto, há 58 propostas na fila de aprovação e, considerando que apenas 10 delas foram lançadas com a Curiosity, que já está no planeta, é bastante provável que muitas destas sejam rejeitadas.

A previsão é que a próxima sonda seja enviada para o planeta vermelho em 2020, com previsão de chegada para 2021.

Fonte: Olhar Digital

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Folha artificial que gera oxigênio pode ajudar na exploração de outros planetas


Silk Leaf

Explorar outros planetas tem sido a grande ambição da ciência desde que o homem chegou à Lua. O problema é que os pesquisadores não desenvolveram nenhum método eficaz que facilite a adaptação dos astronautas em condições interplanetárias bastante distintas da atmosfera terrestre - especialmente a falta de oxigênio. Nem mesmo as plantas conseguem sobreviver em gravidade zero.
Mas uma ideia promissora pode mudar o rumo das viagens espaciais nas próximas décadas. Trata-se de uma folha artificial capaz de fazer fotossíntesse com base no mesmo processo realizado pelas plantas naturais, isto é, transformar gás carbônico e água em oxigênio, sem a necessidade de periféricos ou qualquer outro equipamento tecnológico. A invenção é do estudante de pós-graduação Julian Melchiorri, da universidade britânica Royal College of Art.
De acordo com o CNET, a folha biologicamente funcional foi criada por meio de um material que possui em sua composição os chamados cloroplastos, as estruturas presentes em células vegetais responsáveis pela fotossíntese. Após serem extraídos de plantas de verdade, esses cloroplastos foram revestidos por proteínas de seda que, além de dar um efeito visual semelhante ao de uma folha comum, possuem uma incrível propriedade de estabilizar moléculas e produzir oxigênio a partir de dióxido de carbono, água e luz.
Julian acredita que as aplicações da folha artifical são inúmeras, desde objetos de decoração em abajures e áreas externas até o fornecimento de ar fresco em ambientes mais fechados. Nesse caso, as folhas poderiam ser usadas para "cobrir" fachadas de edifícios e exalar ar fresco em grandes cidades dominadas pela poluição, como São Paulo e Hong Kong. Seu uso também poderia ajudar na exploração espacial, já que o objeto só precisa de um pouco de luz e água para fabricar oxigênio.

Silk Leaf

O projeto é animador, mas é preciso levar em consideração que Julian é estudante de design, e não um cientista. Talvez o protótipo da folha, batizada de "Silk Leaf", possa ser aprimorado no futuro por engenheiros e pesquisadores especializados, como os da Agência Espacial Americana (NASA), uma vez que os esforços para levar humanos à Marte são um dos focos da entidade.

Fonte: Canaltech.com.br

quinta-feira, 31 de julho de 2014

A nossa menor ameaça

O surgimento de vírus superpoderosos, capazes de matar milhões de seres humanos em poucos dias, parece mera questão de tempo. Conheça as novas descobertas da ciência sobre o funcionamento desses predadores e as armas que estão sendo criadas para combatê-los.

Foi uma epidemia que teria exterminado milhares de pessoas se ocorresse trinta anos antes. Em novembro de 2002, um novo tipo de pneumonia capaz de matar rapidamente surgiu na China e se alastrou sem causar alerta. Quatro meses depois, a SARS (inglês para "síndrome respiratória aguda severa") já estava em 16 países. Levava jeito de ser uma tragédia devastadora, mas não foi o que aconteceu. "Apesar de excepcional em termos de impacto, severidade e alcance internacional, a SARS foi apenas uma das cerca de 50 epidemias internacionais importantes que enfrentamos todos os anos", afirmaram representantes da Organização Mundial de Saúde em um relatório sobre a doença.
Foi um vírus do século 21, uma época em que as doenças se espalham rápido, são fortemente combatidas e deixam um rastro de mortes, pesquisas e milhões de dólares e de dúvidas. E com uma importante diferença em relação às pestes do passado: os cientistas tinham novas tecnologias para combatê-la. Pela internet, os médicos coordenaram ações no mundo inteiro e uniram onze laboratórios em rede para estudar o vírus. Em pouco mais de um mês, eles identificaram o agente da doença e mapearam seu genoma. Era um coronavírus, que até então causava só um leve resfriado em humanos e que, por isso, era pouco conhecido. Nos meses seguintes, eles testaram a resistência do vírus e elaboraram testes diagnósticos, mas não precisaram colocar suas pesquisas em prática. No início de julho, a rede planetária de médicos derrotou o vírus com ferramentas bem antigas: higiene e quarentena. No total, 812 pessoas morreram.
O show dos pesquisadores não foi em vão. "Em poucos meses, os cientistas fizeram mais avanços na pesquisa desse vírus do que em um século", afirma o virologista Celso Granato, da Universidade Federal de São Paulo. Se ele reaparecer – o que não é difícil – existirão tratamentos mais eficazes e, provavelmente, até vacinas em teste. Foi apenas mais uma batalha na longa guerra dos vírus contra todas as outras criaturas, uma das disputas mais antigas de que se tem notícia.

Perfil do assassino

Matar os vírus é uma tarefa complicada porque até hoje não se sabe se eles de fato têm vida. Ao contrário de bactérias, que possuem uma batelada de pequenos órgãos para produzir energia, o vírus nada mais é do que um monte de DNA e enzimas embrulhadas para presente em uma camada de proteína. Um presente de grego: para se replicar, ele precisa invadir outros seres e se apropriar dos instrumentos que eles dispõem. "Os vírus têm algumas características de seres vivos, como gerar descendentes, e não têm outras, como uma existência autônoma. Metade dos cientistas acha que são vida, metade acha que não", afirma o virologista Herman Schatzmayr, da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De qualquer forma, eles reúnem uma enorme complexidade no minúsculo espaço que ocupam. Milhares de vezes menores que uma bactéria, só podem ser vistos com potentes microscópios eletrônicos. Não se sabe como surgiram. É provável que sejam bactérias que perderam várias organelas e a capacidade de viver por conta própria ou pedaços de células que se desprenderam. O fato é que são antigos a ponto de terem interferido na evolução de quase todas as espécies. Uma prova disso veio com o mapeamento do genoma humano, quando foram encontradas seqüências genéticas de vírus escondidas no nosso DNA. "Acredita-se que esses genes não têm nenhuma função para nós, mas é possível que eles se ativem em algumas circunstâncias e tragam problemas como câncer", diz o biólogo Paul Turner, da Universidade de Yale, Estados Unidos.
De bactérias a plantas e elefantes, não existe ser vivo que esteja livre desses parasitas. Muitos tipos de vírus só atacam uma espécie. Outros, no entanto, não são tão seletivos assim. Os rotavírus – que todo anos matam em média 440 mil crianças de diarréia no mundo – passam diretamente de alguns animais para o homem. "Nunca vamos nos livrar deles. Para isso, precisaríamos adotar medidas absurdas, como vacinar todos os macacos do mundo", diz o virologista José Paulo Leite, do Laboratório de Virologia Comparada do Fiocruz.
O modo como os vírus passam de uma espécie para outra é um tema quente para os cientistas. Apesar de o mecanismo ser muito pouco compreendido, sabe-se que essa é a principal forma pela qual novas viroses chegam aos seres humanos. Supõe-se que a Aids, por exemplo, era uma doença de primatas. A SARS provavelmente veio de um tipo de gato apreciado como comida no sul da China, a região de onde surgiram todas as grandes epidemias de gripe que se conhecem. O Influenza, o principal causador da gripe, possui dezenas de variações a mais nas aves do que nos seres humanos, mas elas quase nunca nos infectam. Porcos, no entanto, são bastante suscetíveis aos parasitas das duas espécies e atuam como intermediários no contágio de influenza. Dois tipos de vírus trocam genes dentro dele e geram um nova linhagem capaz de infectar humanos. O sul da China é especialmente propício para que isso aconteça por ser um região populosa em que patos, porcos e gente vivem muito próximos.


A facilidade com que os vírus mudam e trocam genes permite que eles evoluam rápido e se multipliquem em diferentes grupos. Ninguém sabe dizer quantas doenças eles causam. O que se conhece são algumas maneiras com que eles causam tanto estrago. Uma é usurpar as funções vitais das células até que elas morram. Outra é se multiplicar dentro delas a ponto de estourá-las. Outra ainda, como no o caso das hepatites B e C e do papiloma (HPV), é mudar o material genético da célula e fazer com que ela se multiplique sem controle – entre 10% a 20% dos casos de câncer estão relacionados a vírus.
O único objetivo do vírus, no entanto, é se reproduzir. A maioria deles produz muitos descendentes em pouco tempo – causando uma forte doença – e passando para outros indivíduos antes que matem o hospedeiro ou sejam eliminados por ele. Vírus como o da herpes, no entanto, conseguem driblar as defesas imunológicas e permanecer em estado latente para o resto das nossas vidas. O truque é se esconder em células do sistema nervoso, normalmente pouco atacadas pelo sistema imunológico, e permanecer lá até que fatores como desgaste físico ou excesso de sol os façam voltar à ativa. O sucesso da estratégia é evidente – a família de vírus da herpes é extremamente antiga e espalhada na natureza. Até ostras têm herpes.

Arma contra o mal

Até vinte anos atrás, os únicos remédios contra uma infecção viral eram canja de galinha e repouso. "Havia a idéia de que eles não eram um grande problema", diz Celso Granato. A principal linha de defesa contra esses agentes eram as vacinas, feitas a partir de vírus mortos ou atenuados que despertam o sistema imunológico contra o invasor. Assim, os médicos conseguiram erradicar a varíola e colocar a poliomielite perto da extinção – as poucas vítimas restantes estão no Paquistão e na Índia. A situação parecia ser administrável até o surgimento da Aids. Matando milhões em todo o mundo, o HIV desafiava qualquer tratamento existente. Nem toda a canja de galinha e repouso do mundo poderia vencê-los.
A dificuldade imposta pelo HIV fez surgir estímulo e recursos para atacar os vírus. Uma conseqüência foi o desenvolvimento de diagnósticos mais precisos. "Como antes não havia remédio, o médico poderia simplesmente dizer que o problema era uma virose qualquer. Agora a identificação tornou-se importante", afirma Celso. Além disso, a biologia molecular teve um enorme avanço, o que permitiu mapear o DNA de vários vírus e procurar ali pontos vulneráveis. A junção das novas biotecnologias com a necessidade de um remédio para a Aids causou uma revolução no modo de lidar com viroses.
Um dos primeiros campos a se desenvolver foram as vacinas. As antigas funcionavam para a varíola porque ela é causada por um agente com um incrível controle de qualidade, capaz de fazer cópias bastante fiéis de si mesmo. Isso não acontece os vírus da Aids, da influenza e da hepatite. "A replicação deles não é como uma fábrica de automóveis. Para cada vírus bom, são feitos outros 50 ou 100 defeituosos", diz Herman, do Fiocruz. Pode soar contraditório, mas esse modo tosco de produção é sua principal força. Ele gera uma enorme quantidade de material para distrair o sistema imunológico enquanto o vírus perfeito infecta outras células. E ainda gera mutações rápidas no parasita, o que torna qualquer vacina obsoleta em minutos. "Uma pessoa com Aids tem vários tipos de vírus no sangue. Todos são HIV, mas todos são diferentes", diz Herman.


Uma solução para esses casos – que levou à vacina contra a hepatite B – é encontrar uma proteína na superfície do vírus que mude pouco e que possa ser reconhecida pelos nossos anticorpos. Essa substância, injetada no organismo, confere imunidade de modo mais seguro que as vacinas tradicionais, pois não coloca vírus inteiros para dentro do organismo. A estratégia pode levar no futuro a malabarismos ainda mais impressionantes: é possível, por exemplo, injetar um gene da dengue no DNA de um vírus atenuado de febre amarela e, assim, conferir imunidade às duas doenças com a uma só vacina.
A vacina contra a gripe usou outra estratégia. A OMS montou uma rede de vigilância com 112 laboratórios em 83 países que mapeam as estirpes que circulam pelo planeta. Os dados são enviados para a OMS, que faz uma estimativa dos linhagens mais prováveis para o inverno seguinte e prepara uma vacina que durará apenas um ano. "Precisamos saber rapidamente as estirpes que estão surgindo para preparar vacinas adequadas", diz Teresinha Maria de Paiva, do Laboratório de Virus Respiratórios do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
A evolução do remédios foi ainda mais impressionante. Além de medicamentos capazes de anular as enzimas do vírus – já utilizadas no coquetel de remédios contra a Aids – surgiram várias novas propostas para parar esses agentes em todos os seus estágios. Com os remédios existentes, os médicos conseguem eliminar 99,9% do HIV em alguns pacientes. O problema é que os poucos que sobram são suficientes para recomeçar a infecção e, para piorar, eles ainda voltam mais fortes. "Os vírus são extremamente bons em criar variantes para escapar de novas drogas. Eles evoluem mais rápido do que a nossa habilidade de criar terapias", diz o biólogo Paul Turner.

Quem leva a melhor

Ganhar a guerra contra os vírus é tão impossível quanto vencer a luta contra o terrorismo. Por outro lado, não serão eles que eliminarão os humanos desse planeta. Pequenas diferenças entre as pessoas garantem a alguns uma proteção maior a certas doenças. Graças a essa diversidade, não existe um só vírus capaz de infectar todos os seres humanos do planeta. Por mais forte que seja a epidemia, sempre sobrarão alguns de nós para repovoar o planeta com pessoas mais resistentes à doença. Vírus quase iguais ao da gripe espanhola, que mataram milhões, até hoje circulam na população causando gripes muito menos violentas.
Mas os vírus deverão trazer cada vez mais prejuízos. Estamos modificando o ambiente e nos aproximando cada vez mais de novas espécies – seja no aquecimento global, na derrubada de florestas, na abertura de estradas ou na domesticação de animais silvestres – o que nos coloca em contato com novos reservatórios de parasitas. Essas mudanças forçam os vírus a se adaptar e, às vezes, buscar novos hospedeiros como o ser humano. Para completar a tragédia, a população mundial se tornou extremamente numerosa e reunida em centros urbanos. "Quando há uma grande concentração de hospedeiros, a evolução tende a favorecer vírus de ação rápida e devastadora. A nossa situação automaticamente seleciona agentes mais virulentos", diz Paul Turner. E, como a SARS provou, hoje em dia é muito fácil para um parasita pegar um avião e aparecer em outro lugar do mundo. Portanto, não fique surpreso se outras grandes epidemias se alastrarem pelo mundo nos próximos anos.
É possível aplicar golpes duros nos vírus. Podem vir a surgir, por exemplo, drogas milagrosas que derrotem variedades hoje consideradas imbatíveis. Também existem projetos de mapear os tipos de parasitas que circulam em outras espécies para saber qual é a chance de contágio humano. Além disso, podemos mudar alguns dos nossos costumes para interromper os canais de proliferação – usar preservativos ou redes contra mosquitos já resolve muita coisa. Só não podemos ter esperanças que um dia os vírus desaparecerão. Nessa guerra, o único resultado possível é o empate.

A ação do vírus

O passo-a-passo da infecção por HIV
1. A infecção começa quando uma molécula no exterior do vírus se liga a outra na superfície da célula – o receptor. No corpo humano, as células que possuem os receptores apropriados para o HIV são um tipo específico de glóbulo branco, as células-T auxiliares
2. Ao se ligar à célula, o vírus inicia uma série de reações que fazem sua superfície se fundir à da célula e jogar uma cápsula de proteína (chamada cápside) dentro dela. A cápside se desfaz e libera enzimas e material genético na forma de RNA
3. Com a ajuda da enzima transcriptase reversa, o material genético do vírus se converte de RNA para DNA, tornando-se parecido com o material genético de nossas próprias células. O estágio seguinte é ir para o núcleo
4. O DNA viral funde com o nosso graças à ação de uma enzima chamada integrase. A partir desse momento, a célula produzirá material dos vírus toda vez que tentar fazer nossas próprias proteínas
5. A protease divide as proteínas em cadeias menores, que resultam nos ingredientes do vírus. A célula, com seu maquinário dedicado à produção dos parasitas, não consegue cumprir suas funções vitais e começa a morrer
6. As partes se juntam, formam novos vírus e saem da célula. O processo é bem ineficiente. Os agentes produzidos são bastante diferentes entre si e, para cada vírus perfeito, são produzidos dezenas de defeituosos

A destruição do vírus

Novas formas de eliminar a doença
Inibidores de enzimas
São as principais drogas do atual coquetel contra a Aids. São substâncias que ocupam o mesmo lugar de enzimas como a protease e a transcriptase reversa, mas não exercem a mesma. Assim, bloqueiam a replicação do vírus em vários estágios
Bloqueadores de fusão
Substâncias que se ligam aos receptores do vírus e impedem que eles ganhem acesso ao interior da célula. Existem ainda drogas em teste que impedem a fusão da cápsula de proteína do vírus com a membrana
Moléculas Anti-sentido
São substâncias que se encaixam com precisão no RNA do vírus e impedem que eles produzam novas proteínas. É como se a molécula conseguisse "desligar" um dos genes do vírus sem danificar o resto da célula
Vacinas
Umas das novas propostas é modificar geneticamente um vírus inofensivo e dar a ele a mesma capa de proteínas do HIV. Ele estimularia defesas contra a doença sem causar infecções
Injeção de interferon
É uma substância que estimula a produção de HLA (antígeno leucocitário humano), uma proteína que vai para a membrana da célula e sinaliza para o sistema imune que a célula foi infectada
Inibidores de dedo de zinco
As moléculas da núcleocápside são mantidas juntas por substâncias chamadas "dedo de zinco". Remédios em teste conseguem inibir essa proteína e evitar que um novo vírus se forme

Tragédia contagiosa

As maiores epidemias causadas por vírus
Ano - 1519 - 1520
Doença - Varíola: a doença chega ao México e encontra nativos totalmente vulneráveis
Número estimado de mortes - 5- 8 milhões
Ano - 1918
Doença - Influenza: a gripe “espanhola” surge na Ásia e mata mais do que a Primeira Guerra Mundial
Número estimado de mortes - 20 - 40 milhões
Ano - 1968
Doença - Influenza: o vírus muda uma de suas proteínas e dá origem à gripe de Hong Kong
Número estimado de mortes - 700 mil
Ano - 1981- hoje
Doença - AIDS: transmitida sexualmente, até hoje causa cerca de 3,5 milhões de mortes por ano
Número estimado de mortes - 26 milhões

Fonte: Superinteressante

Quando a gestão da água vai entrar para o debate sobre o desenvolvimento do Brasil?


Trecho do rio Tapajós que será cortado pela barragem da hidrelétrica São Luiz, uma das 40 usinas previstas para a região (Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA)
Trecho do rio Tapajós que será cortado pela barragem da hidrelétrica São Luiz, uma das 40 usinas previstas para a região (Foto: Filipe Redondo/ÉPOCA)

Elemento vital para a sociedade e a economia, a água ainda não ocupa um lugar estratégico no debate sobre o desenvolvimento do país. Mesmo detendo cerca de 12% de toda água doce superficial do planeta, o Brasil vem falhando na gestão deste recurso natural tão precioso. A gestão das águas não é discutida em profundidade pela sociedade brasileira e tampouco pelos tomadores de decisão. No entanto, não há momento mais oportuno do que este para olharmos a gestão de recursos hídricos no território nacional sob uma nova perspectiva.

Enquanto os candidatos às eleições afinam seus programas de governo, a drástica seca que assola São Paulo nos afronta com a necessidade de incluirmos a gestão das águas definitivamente no debate nacional. É hora de trazer para a o centro das discussões questões que se relacionam entre si, mas cujas conexões quase nunca são feitas. É o caso do desmatamento e a escassez de água – ou ainda o baixíssimo índice de tratamento de esgotos nas capitais do Brasil e cidades do interior e suas vinculações com a saúde, o ambiente e o desenvolvimento.

>> A resposta da população à crise da água em São Paulo

Era de se imaginar que os exemplos recentes sobre a crise da água entrassem para o campo cognitivo da percepção política.  Mas temos dúvidas se isso está acontecendo. Barrar gigantescos rios amazônicos – como o Tapajós, por exemplo – para construir sequências de barragens é uma decisão política, no mínimo, temerária, considerando a grande possibilidade de haver um desequilíbrio tal naquele ecossistema que não tenhamos como remediar depois. Somam-se a isso, as mudanças no clima, cujos impactos sobre o regime de chuvas e hídrico da região ainda mal conseguimos prever. Portanto, muita calma.

É claro que o país teve significativos avanços na questão da água. É o caso da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, instituídos por lei em 1997. Porém, a gestão das águas no Brasil clama por novas e mais sofisticadas modalidades de governança.

E se governança pressupõe um bom aparato de Estado (regulamentações, políticas e mecanismos de gestão e de implementação), ela também inclui o amplo diálogo e a participação da sociedade. E temos aí os comitês de bacias instituídos em várias regiões do país com algumas experiências exitosas.

Os comitês, bem como o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos, precisam ser fortalecidos, estruturados e ter recursos financeiros. É urgente elaborar e executar os planos de bacias como mecanismos importantes para garantir os usos múltiplos das águas, incluindo a manutenção dos ecossistemas aquáticos.

Governança, campanhas educativas, recuperação de áreas degradadas e da mata ciliar, proteção de nascentes, responsabilidade social empresarial são aspectos que têm de entrar de vez para o cerne das políticas públicas de gerenciamento dos recursos hídricos.

Acrescentaria ainda como prioridade nacional pensarmos em formas de adaptação às mudanças climáticas – que impactam fortemente as bacias hidrográficas – e uma política energética de horizontes mais abertos.  Hoje, a política está muito enviesada, focada fortemente na geração de energia hidrelétrica e suas arriscadas propostas de barramentos de importantes rios ou uma quantidade imensa de pequenas centrais hidrelétricas em apenas uma bacia.

Até que venham à luz as novas análises desse estudo, é oportuno lembrarmos ainda de como recentes políticas de governo repercutiram de modo ameaçador sobre já a frágil situação de nossos mananciais. Foi o caso da aprovação de um Código Florestal que pouco servirá, de fato, para proteger as florestas nativas remanescentes ou mesmo recuperar aquilo que se degradou, mesmo tendo em vista alguns instrumentos, como o Cadastro Ambiental Rural.

Com o atual Código Florestal passando feito trator sobre questões vitais para a segurança hídrica,  ficou evidente que a sociedade ainda não assimila as já citadas relações sistêmicas entre as florestas, matas ciliares e a oferta de água – inclusive para a agricultura.

Além disso, sob o ponto de vista do governo, olhar as bacias hidrográficas apenas como potenciais geradoras de energia elétrica e restringir o diálogo a um “seleto” grupo de técnicos e empresários é um equívoco com graves consequências para o restante da população. A sociedade, que inclui os ribeirinhos, os cientistas, a sociedade civil, os indígenas, os outros setores empresariais e os consumidores finais, deve fazer parte desse diálogo.  

E seria oportuno também aos gestores públicos estabelecer políticas de Estado para remunerar quem produz água boa ou ajuda a conservar as fontes nas quais beberão as futuras gerações. Além disso, os setores empresariais, sejam os da área urbana ou rural - especialmente aqueles que usam mais água precisam saber que está na hora de fazerem mais do que o dever de casa.

Se trabalharem apenas dentro de seus muros, estarão cometendo o mesmo equívoco que o setor público, que enxerga na água apenas o viés de produção de energia, esquecendo-se até mesmo o que move boa parte de seus processos produtivos.


A agenda das águas é extensa e por onde quer que se puxe o fio, vemos que há espaço para o aprimoramento nas formas de abordarmos o tema. Por sua condição estratégica do ponto de vista da economia e da sociedade, e vital para todos os seres vivos, a água deveria ser prioridade no debate sobre o futuro estratégico do país. Vejamos qual será o tratamento que se dará às águas nos debates eleitorais e nas plataformas de governo. Pelo sim, pelo não, será um indicador de como o Brasil quer para o futuro.

Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2014/07/quando-bgestao-da-aguab-vai-entrar-para-o-debate-sobre-o-desenvolvimento-do-brasil.html


sexta-feira, 25 de julho de 2014

270 pessoas mortas congeladas aguardam para serem revividas com a tecnologia do futuro

Quantas vezes já ouvimos dizer que Elvis Presley e Michael Jackson não morreram? Muitos garantem que o corpo de Walt Disney está neste momento congelado em algum lugar secreto esperando que tecnologias futuras o façam “reviver”. Bem, talvez isso não seja uma coisa muito longe de acontecer! Algumas instituições acreditam no poder de preservação da criogenia e estão realmente colocando isso em prática.

A criogenia é um ramo da físico-química que estuda tecnologias para a produção de temperaturas muito baixas (abaixo de -150°C). Quando liquefeitos, gases como o nitrogênio, hélio e oxigênio são usados em muitas aplicações criogênicas. Com isso, os cientistas do Cryionics Institute (CI) fundado em 1976 busca a preservação da vida por meio desta tecnologia, tendo como seu mentor Robert Ettinger, o “pai da criogenia” que utilizou o corpo da própria mãe como base do estudo.

Segundo, o Cryionics Institute imediatamente após a morte confirmada, o paciente é exposto a uma substância que impedirá a formação de gelo em torno do corpo. Em seguida, o corpo é resfriado a uma temperatura baixíssima, etapa em que, a exteriorização física é interrompida. A partir daí, o paciente é mantido por tempo indeterminado em “cryostasis“, ou seja, preservado em nitrogênio líquido.

Não há dúvida de que a criopreservação é possível, mas daí imaginar que o paciente é capaz de voltar a vida, já é outra história. Mesmo assim, membros do CI afirmam que ressuscitar um corpo morto será uma possibilidade real. Muitos testes com organismos biológicos foram criopreservados, armazenados à baixíssima temperatura em nitrogênio líquido e posteriormente reviveram. Os testes foram feitos em insetos, enguias e tecidos humanos (inclusive o cérebro) e pequenos órgãos de mamíferos. As técnicas tem caminhado para que cada vez mais, células, órgãos e tecidos voltem à vida depois de criopreservados.

Os cientistas do CI garantem que este procedimento não significa exatamente uma ressurreição de mortos, como um milagre religioso. A criogenia não poderá restaurar a vida de pessoas na qual seus cérebros tenham sido fisicamente destruídos. O que a criogenia garante, é que um corpo criopreservado limita danos em todas as estruturas e preserva de forma que possa voltar à vida.

Desde 2013, cerca de 270 pessoas foram submetidas a procedimentos de criopreservação, 100 destes estão no Cryionics Institute. E o procedimento pode não ser tão caro assim. Se você quer ter seu corpo preservado para uma “possível ressurreição” a partir de tecnologia futura, só precisa pagar o referente a US $ 28.000,00 assim que for dado como morto e depois, sua família precisa se comprometer com a manutenção mensal dos equipamentos.

Bem, fica o benefício da dúvida…

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Imagem ilustrativa.

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Área onde os corpos ficam preservados no Cryonics Institute!

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Nesta imagem, o Dr. Jerry Lemler, presidente e CEO da Alcor Life Extension Foundation, está na área onde 49 pessoas são mantidas congeladas!

Fonte: Diário de Biologia

terça-feira, 15 de julho de 2014

Por que bocejamos?

Nova hipótese defende que o bocejo ocorre para resfriar o cérebro e que o número de bocejos depende da temperatura do ambiente: é maior quando faz mais calor.

Por que bocejamos?
Cercado de mistérios e com diversas hipóteses explicativas, o bocejo é um ato corriqueiro: os seres humanos bocejam cerca de 240 mil vezes ao longo da vida. (imagem: Autorretrato, Joseph Ducreux/ Wikimedia Commons – CC BY-SA 3.0)

O tema deste mês pode parecer sem importância e corriqueiro. Corriqueiro, sim – afinal, bocejamos cerca de 240 mil vezes ao longo da vida. Mas, sem importância, não: o assunto é cercado de mistérios e tem várias hipóteses explicativas. Agora, surgiu mais uma: boceja-se para baixar a temperatura do cérebro – o que é, sem dúvida, boa desculpa para quando o fenômeno ocorre em um momento inconveniente.

Liderada por Andrew Gallup, da Universidade do Estado de Nova York, em Oneonta (EUA), a equipe de pesquisadores austríacos e norte-americanos partiu para testar resultado anterior: o número de bocejos depende da temperatura do ambiente. Naquele estudo – feito em uma zona quente e árida dos EUA –, notou-se que o nível de ‘contágio’ aumenta com o aumento da temperatura externa, mas começa a decair à medida que a temperatura externa se aproxima da corporal (cerca de 37ºC).

Mas faltava ver o que acontecia a temperaturas muito baixas, próximas de zero celsius. No experimento – agora feito em Viena –, os pesquisadores mostraram 18 imagens de gente bocejando para 120 transeuntes, escolhidos ao acaso, no inverno (cerca de 1,5ºC) e no verão (cerca de 20ºC).


Ao final, os resultados mostraram o que já se esperava: o bocejo contagiante foi “significativamente mais baixo no inverno do que no verão” (18,3% versus 41,7%). Os resultados comparando os dois estudos estão publicados em Physiology & Behavior (10/05/14).

Resumindo: o número de bocejos obedece a uma janela de temperatura. Portanto: i) quando está muito frio, são poucos bocejos, pois não há necessidade de refrigerar o cérebro ou corre-se o risco de esfriá-lo muito, o que pode ser perigoso; ii) à medida que a temperatura do ambiente vai subindo, o número de bocejos vai aumentando, pois agora é preciso refrigerar o cérebro; iii) quando a temperatura externa começa a se aproximar daquela do corpo (37ºC) ou a ultrapassa, o número de bocejos cai bruscamente, pois “respirar um ar que está mais quente que a temperatura do corpo pode ser contraproducente. De forma condizente com essa afirmação, vemos que a frequência de bocejos diminui nessas temperaturas”, explicou Gallup para a CH.

Analisados todos os outros possíveis fatores que poderiam influenciar no experimento (sexo, idade, temperatura, umidade, horário, horas de sono etc.), os pesquisadores afirmam que apenas um fator consegue explicar os resultados: a temperatura.


A partir disso, os autores lançaram a seguinte hipótese: “O mecanismo subjacente para os bocejos em humanos, tanto o espontâneo quanto o contagiante, parece estar envolvido com a termorregulação cerebral”, escrevem eles na sinopse do artigo.

Alerta!
Membros da equipe já haviam estudado o bocejo em ratos e periquitos – sim, periquitos também bocejam –, por exemplo. E todos esses dados, segundo os pesquisadores, corroboram a hipótese de que se boceja para refrigerar o cérebro.


E o mecanismo básico da refrigeração é o seguinte. Em entrevista para um sítio norte-americano (WebMed), Gallup – que participou dos dois estudos – explica: i) para bocejar, é preciso abrir a boca, e isso aumenta o fluxo de sangue para o pescoço, a face e a cabeça; ii) a respiração mais profunda no bocejo força para baixo tanto o líquido espinhal quanto o sangue do cérebro; iii) o ar mais frio que penetra a boca ajuda a ‘roubar’ calor do sangue dessas regiões e desses líquidos e, consequentemente, resfria o cérebro.

cão bocejando
Há evidências de que o bocejo contagiante ocorra também em vários vertebrados sociais, e que o contágio pode acontecer entre espécies, como entre humanos e cães. (foto: M. Fullmer/ Freeimages)

Bocejar, explicou Gallup para o sítio, faz o papel de um radiador – como aqueles presentes nos veículos –, tirando o sangue quente do cérebro e introduzindo um mais frio, vindo dos pulmões. Estudos anteriores já haviam mostrado que, quando se respira pelo nariz – o que é mais eficiente para resfriar o cérebro – ou se põe algo frio na testa, boceja-se menos.


Mas por que esfriar o cérebro? Há evidências de que o órgão funciona de forma mais eficiente a baixas temperaturas. E isso tem a ver com um estado mais alerta. “O bocejo de contágio poderia, portanto, coordenar um estado mais alerta em um grupo e, desse modo, aumentar o estado geral de vigilância do grupo”, escreveram os autores. Ou seja, o bocejo combateria o sono em vez de ser um indicativo (ou promotor) dele, como o senso comum indica.

Entre espécies 
Há evidências de que o bocejo contagiante ocorra também em vários vertebrados sociais. E que o contágio pode ocorrer entre espécies, como entre humanos e cães.

A hipótese do resfriamento cerebral será a palavra final sobre o misterioso bocejo? É, por enquanto, só um bom candidato a explicar o fenômeno e terá que rivalizar com outras hipóteses – algumas, é verdade, enfraquecidas ou desacreditadas. A saber: i) bocejar teria uma função social, de criar empatia em membros de um grupo; ii) serviria para oxigenar o cérebro – esta ainda do século 19 e hoje em desuso; iii) para mostrar os dentes e intimidar adversários (idem); iv) para demonstrar tédio e cansaço (a mais convencional). E há outras, menos famosas.

Fetos com 11 semanas já bocejam. E as batidas do coração podem aumentar em 30% em um bocejo. Tartarugas, peixes, pássaros, crocodilos... bocejam.


Cássio Leite Vieira

Ciência Hoje/ RJ