A gente ouve falar bastante sobre a catástrofe que acabou dizimando os dinossauros. Essa é a extinção em massa mais conhecida, mas outras quatro aconteceram no planeta antes dessa. E, ao que tudo indica, o desaparecimento dos dinossauros não foi o último fenômeno desse tipo: uma extinção em massa estaria acontecendo agora, no período em que vivemos.
A extinção de espécies não é nada extraordinário por si só: cerca de 98% dos seres vivos que já habitaram o planeta, em seus 4,5 bilhões de anos, não existem mais. Contudo, isso costuma acontecer a uma taxa de 0,1 a 1 por 10 mil espécies, a cada 100 anos. Ou seja, bem lentamente.
Durante esses fenômenos, as espécies foram extintas a uma velocidade muito maior, sem que outras pudessem surgir para substituí-las. Segundo o Museu de História Natural do Reino Unido, uma extinção em massa acontece quando "cerca de 75% das espécies do mundo são perdidas em um 'curto' período de tempo geológico". Curto, nesse caso, é algo bem relativo: menos de 2,8 milhões de anos.
De qualquer maneira, são eventos muito extensos, de escala global, que impactam a grande maioria dos seres vivos que habitam o planeta. A seguir, explicamos quais são as seis extinções em massa que aconteceram na Terra.
1. Extinção do Ordoviciano
Quando aconteceu: cerca de 440 milhões de anos atrás
Representação da fauna ordoviciana. (Fonte: Wikimedia Commons)
A primeira extinção em massa do nosso planeta aconteceu entre o fim do período Ordoviciano e o início do Siluriano. Essa foi uma era geológica em que os animais marinhos se desenvolveram e diversos tipos de plantas terrestres surgiram.
Acredita-se que uma era glacial no supercontinente de Gondwana tenha posto fim a 85% das espécies. Conforme as placas se movimentavam para o sul, a temperatura caía e glaciares se formavam, o nível dos mares também foi reduzido. Assim, muitas espécies ficaram sem o seu habitat — especialmente os pequenos invertebrados marinhos.
2. Extinção do Devoniano
Quando aconteceu: entre 370 e 360 milhões de anos atrás
Desenho com peixes do período devoniano. (Fonte: Wikimedia Commons)
70 milhões de anos depois da primeira extinção em massa, o planeta era habitado por peixes primitivos, insetos, plantas mais altas e as primeiras espécies de animais terrestres vertebrados com quatro patas. Até que 70% a 80% dos seres vivos sumiram.
Ainda não foi possível traçar uma linha do tempo com exatidão. Mas acredita-se que a extinção em massa tenha acontecido em, pelo menos, dois eventos separados, com poucos milhões de anos de diferença.
Alterações diversas e intercaladas no ambiente — aumento e diminuição de temperaturas e do nível do mar —, além dos baixos índices de oxigênio na atmosfera, podem ser os responsáveis pela catástrofe. Atividade vulcânica, impactos e até uma supernova também são especulados como motivos.
3. Extinção do Permiano-Triássico
Quando aconteceu: 250 milhões de anos
Muitas espécies de vertebrados pereceram na extinção do Permiano. (Fonte: Wikimedia Commons)
Esse evento é conhecido como "A Grande Morte", pois atingiu a maior parcela da vida na Terra: 95% das espécies que existiam nessa época teriam sumido do planeta. A extinção em massa é, também, a fronteira entre os períodos Permiano e Triássico.
Os altos níveis de dióxido de carbono na atmosfera — decorrentes de erupções vulcânicas — seriam os principais responsáveis por esse fenômeno. Além disso, o impacto de um asteroide teria deixado o ar cheio de poeira, bloqueando a luz solar e causando chuvas ácidas.
4. Extinção do Triássico-Jurássico
Quando aconteceu: 200 milhões de anos atrás
O Redondasaurus foi uma das espécies extintas há 200 milhões de anos. (Fonte: Wikimedia Commons)
O quarto processo de extinção em massa do planeta Terra aconteceu na passagem da Era Triássica para a Jurássica. A principal causa seria a separação do supercontinente da Pangeia, que desencadeou a erupção de vulcões, liberando muito dióxido de carbono na atmosfera e deixando os oceanos mais ácidos.
Estima-se que três quartos das espécies foram extintas durante esse processo. Mas aquelas que conseguiram sobreviver se desenvolveram muito bem no Jurássico — é o caso de várias espécies de dinossauros, plantas gimnospermas e dos primeiros mamíferos.
5. Extinção do Cretáceo
Quando aconteceu: 65 milhões de anos atrás
Os dinossauros foram extintos há 65 milhões de anos. (Fonte: Wikimedia Commons)
Enfim chegamos à extinção em massa mais conhecida, que dizimou os dinossauros. Estima-se que 80% das espécies tenham perecido — entre os "dinos", só sobraram os que deram origem às aves. Todos os animais maiores, que precisavam de mais recursos para sobreviver, sumiram — e isso abriu espaço para o desenvolvimento de aves e mamíferos menores.
O impacto de um asteroide é a principal causa dessa extinção em massa: provavelmente, ele caiu na Península de Yucatán, atual México. Mas ele não foi o responsável direto e único pelo fim de todas as espécies. Na realidade, ele desencadeou diversas mudanças no ambiente que, ao longo de um milhão de anos, acabou com os dinossauros.
6. Extinção do Holoceno ou Antropoceno
Acontecendo agora
A poluição e o uso indiscriminado de recursos naturais estão causando a sexta extinção em massa. (Fonte: Pixabay)
Muitos cientistas argumentam que a Terra está passando por um sexto processo de extinção em massa — agora, causado pelos humanos, a espécie que mais alterou o planeta.
O Homo sapiens transformou 70% da superfície terrestre e usa três quartos de toda a água doce, destruindo o habitat de diversas espécies. Além disso, o uso de combustíveis fósseis aumenta a temperatura da atmosfera, estimulando catástrofes naturais.
De fato, muitos seres vivos estão desaparecendo — a uma taxa bem maior que aquela de 0,1 a 1 espécie por 10 mil a cada século. Porém, classificar esse fenômeno como extinção em massa ainda não é um consenso porque não é possível compará-lo com outros períodos. Afinal, o que vemos é um período muito curto: nossa espécie existe há cerca de 2 milhões de anos.
Para terminar, é interessante observar que a extinção do Antropoceno pode ser a sétima — e não a sexta —, pois um processo ocorrido há 550 milhões de anos está sendo pesquisado por cientistas dos Estados Unidos. O
Os cientistas "descobrem" esses eventos estudando fósseis e fazendo suas datações: se uma espécie deixa de existir em determinado período, significa que ela foi extinta naquela época — e se muitas espécies deixam de existir na mesma época, temos uma extinção em massa.
Fonte: Megacurioso.com.br