segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Os colaboradores do Holocausto: a indústria da morte

 



A construção do Holocausto contou com o apoio de parte do empresariado e da comunidade científica alemã e até mesmo de grupos de fora da Alemanha. Por exemplo, a IBM ajudou os nazistas a catalogarem suas vítimas, a Bayer, Basf e Hoescht tinham na Alemanha a empresa “IG Farben” que fornecia o gás “Zyclon B” usadas nas câmaras de gás e auxiliava as experiências “médicas” nos campos nazistas. A Siemens e a sua sócia General Eletric utilizaram os próprios prisioneiros dos campos de extermínio para construir suas câmaras de gás e várias outras se beneficiaram de trabalho escravo (incluindo Volkswagen, Kodak e Hugo Boss).

Fora da Alemanha se destacou o famoso empresário americano Henry Ford. Ford era antissemita assumido e teria participado da publicação do livro “O Judeu Internacional”, o qual acusava os judeus de serem conspiradores universais. Essa também era a teoria de Hitler, o qual teria usado a referida obra como fonte bibliográfica em seu livro “Minha Luta”. Hitler era um admirador público de Henry Ford. A empresa Ford estreitou laços comerciais com a Alemanha no período nazista, sendo uma das maiores exportadoras. Mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, Henry Ford continuou exportando maquinário para o regime nazista, principalmente caminhões, que foram usados para a guerra.

A comunidade científica e médica alemã recebeu de forma entusiasta as leis nazistas eugênicas e de purificação racial. O terror vigia nos campos nazistas com os mais variados “experimentos médicos”, nos quais os prisioneiros eram tratados como meras cobaias, sendo negada sua condição humana.

Entre estes “experimentos” ocorreram horrores como o congelamento (para analisar o processo de resistência ao frio e reaquecimento do corpo humano), no qual a vítima era submetida a uma espécie de banheira com água congelante, sendo introduzida uma sonda no reto para medir a temperatura corporal. Outros foram infectados com o vírus da malária, bactérias para transmitir tétano e tifo, queimados com gás mostarda e bombas incendiárias, submetidos a inanição, desidratação e esterilização compulsória. Também foram realizados testes de “pressão” e perda de oxigênio para simular altitudes de até 20.000 metros.

Em decorrência de tais atrocidades, houve o “Julgamento de Nuremberg dos Médicos”, no qual 23 pessoas (sendo 20 propriamente médicos) foram levados a julgamento. No entanto, um dos maiores sanguinários não esteve presente no referido julgamento. O médico Josef Mengele conseguiu fugir da Alemanha após a II Guerra Mundial para a Argentina, morrendo em Bertioga, SP, Brasil. O mesmo ficou famoso por seus experimentos no campo de Auschwitz (Polônia), envolvendo muitas vezes gêmeos, variando deste a aplicação de substâncias químicas em olhos de prisioneiros a fim de mudar sua cor, bem como amputação de membros e vivissecção de prisioneiros.

Por fim, mesmo nos países invadidos pelos nazistas, infelizmente, houve simpatizantes do nazismo que entregaram judeus e outras vítimas para o exército nazista e as “SS”.

Fonte da foto: Domínio Público – retirada por soldado do exército americano no dia 14/04/1945 no campo de Buchenwald (Alemanha), disponível em:
 https://www.nationalgeographic.com.es/temas/holocausto/fotos/1/26

Fonte: Jusbrasil