quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Diabetes

Embora pareça inacreditável, hoje, estima-se que centenas de milhares de pessoas não têm ideia de que sofrem de diabetes. A grande maioria das pessoas são incapazes de identificar os principais sinais da doença, incluindo perda de peso, cicatrização lenta, visão turva, sede insaciável e vontade de fazer xixi muito mais do que deveria.

Uma pesquisa realizada recentemente, apenas uma em cada 100 pessoas podem identificar os principais sintomas e relaciona-los à diabetes. A Organização Mundial de Saúde estima que 9% dos adultos em todo o mundo sofrem com a doença e na verdade e em 2012 a doença matou 1,5 milhões de pessoas e havia uma estimativa de que 370 milhões de pessoas sofriam de diabetes. A OMS ainda estima que 90% dessas pessoas sofrem de diabetes Mellitus (tipo 2).

Diabetes Mellitus é uma doença do metabolismo da glicose causada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e cuja função é quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em energia, a fim de que seja aproveitada por todas as células. A ausência total ou parcial desse hormônio interfere não só na queima do açúcar como na sua transformação em outras substâncias (proteínas, músculos e gordura).

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Abaixo seguem os sintomas que você precisa estar “de olho”:

1. Aumento da Sede e idas ao banheiro frequentes: O excesso de açúcar acumulado na corrente sanguínea faz com que o fluido seja puxado dos tecidos. Isso pode deixá-lo com sede. Como resultado, você pode beber e urinar, mais do que o habitual.
2. Aumento da Fome: O aumento da fome é um dos sintomas mais notáveis. Pois, sem insulina suficiente para mover o açúcar em suas células, músculos e órgãos tornam-se esgotado de energia e o organismo pede reposição. Isto provoca fome intensa.
3. Perda de Peso: Apesar de comer mais do que o habitual para aliviar a fome, você pode perder peso. Sem a capacidade de metabolizar a glicose, o corpo utiliza combustíveis alternativos armazenados no músculo e gordura. Calorias são perdidas como o excesso de glicose é liberada na urina.
4. Fadiga: Este é um dos principais sintomas da diabetes tipo 2. Pois, se as células são privadas de açúcar, você pode tornar-se cansado e irritado com frequência.
5. Visão Turva: Se o seu açúcar no sangue estiver muito alto, o fluido pode ser retirado das lentes dos seus olhos. Isto pode afetar a sua capacidade de se concentrar.
6. Feridas ou infecções frequentes que tem dificuldade para cicatrização: Esse é um dos mais notáveis Sintomas da Diabetes tipo 2. A diabetes tipo 2 afeta a sua capacidade de curar e resistir a infecções.
7. Manchas escuras na pele: Algumas pessoas com diabetes tipo 2 têm manchas escura na pele, normalmente nas axilas e pescoço. Esta condição, chamada Acantose nigricans, pode ser um sinal de resistência à insulina.

Fonte: Diário de Biologia

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Gestão de água deve ser prioridade para reduzir risco de desastres, destaca ONU

Catástrofes naturais geraram danos de um trilhão de dólares nos últimos 25 anos



Destacando a relação entre gestão de água e redução dos riscos de desastres, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou, em 18 de novembro, que inundações, secas e ciclones causaram danos de mais de um trilhão de dólares e afetaram mais de quatro bilhões de pessoas desde 1990 até 2015.

“Os pobres e mais vulneráveis têm sofrido primeiro e pior”, declarou Ban, em reunião realizada como parte do Encontro de Alto Nível da ONU sobre Água e Saneamento 2015, que promoveu uma série de eventos entre os dias 18 e 20 de novembro na sede da ONU em Nova York, às vésperas da Conferência do Clima em Paris (COP21).

“Questões de água e resiliência de desastres estão tão intimamente ligadas que é impossível pensar em uma sem pensar na outra. No entanto, fazemos isso com muita frequência, pensando em silos e respondendo de forma fragmentada. É hora de fechar esses buracos operacionais e conceituais”, explicou.

Para a ocasião, o conselho consultivo do secretário-geral publicou um relatório em que ressalta a má gestão de água global. No prefácio, Ban alerta que os problemas relacionados com a água estão colocando países, ecossistemas, economias e cidadãos, especialmente mulheres e crianças, em risco.

“Não demos suficiente atenção para as regras do jogo de compartilhamento da água – em todos os setores e fronteiras regionais e nacionais. A falta de acesso adequado à água potável ainda atormenta bilhões de pessoas, especialmente os mais pobres”, sublinha o relatório.

O documento destaca que as agências da ONU precisam alocar mais fundos para atender a esta questão e revisar suas políticas, citando, como exemplo, a necessidade da Organização Mundial da Saúde endossar a água, o saneamento e a higiene como principais formas de prevenção de doenças. Além disso, cita a necessidade do estabelecimento de um comitê intergovernamental da ONU, um painel científico sobre água e saneamento e um marco de monitoramento global abrangente e independente.

Fonte: ONUBr

Salmão, uma carne não tão saudável

A maioria do salmão consumido no mundo pode estar contaminado com substâncias prejudiciais à saúde humana



O salmão é considerado uma carne muito nutritiva e saborosa, o que faz com que seu consumo venha aumentando consideravelmente nas últimas décadas em todo o mundo. Mas o que pouca gente sabe é que esse tipo de carne branca pode, em algumas situações, causar danos aos seres humanos por causa de substâncias tóxicas presentes nas águas em que o animal procria. Entre elas, destacam-se os PCBs.

O que são PCBs?

Bifenilos policlorados, conhecidos por PCBs (do inglês polychlorinated biphenyls), são misturas de até 209 compostos clorados. Não existem fontes naturais dos PCBs. Por serem praticamente incombustíveis e apresentarem alta estabilidade e resistência, eles vêm sendo utilizados para diversos fins como fluidos dielétricos em transformadores e condensadores, em óleos de corte, lubrificantes hidráulicos, tintas, adesivos e etc.

Entre os danos à saúde humana, o mais comum é a cloroacne: uma escamação dolorosa que desfigura a pele e que se assemelha à acne. Os PCBs também causam danos nos fígados, problemas oculares, dores abdominais, alterações nas funções reprodutivas, fadiga e dores de cabeça, além de serem potenciais cancerígenos. A criação de medicamentos hormonais que envolvem PCBs em sua produção também podem causar a disrupção hormonal, como no caso do xenoestrogênios em mulheres.

Devido ao grande impacto na saúde, os Estados Unidos baniram a produção de PCBs em 1979. No Brasil, não existem registros da produção de PCBs, sendo todo o produto normalmente importado. Uma portaria interministerial de janeiro de 1981 proíbe a fabricação e comercialização em todo o território nacional, porém, permite que os equipamentos instalados continuem em funcionamento até sua substituição integral ou a troca do fluído dielétrico por produto isento de PCBs. As principais rotas de contaminação por PCBs no meio ambiente são:

• Acidente ou perda no manuseio de PCBs e/ou fluídos contendo PCBs;
• Vaporização de componentes contaminados com PCBs;
• Vazamentos em transformadores, capacitores ou trocadores de calor;
• Vazamento de fluídos hidráulicos contendo PCBs;
• Armazenamento irregular de resíduo contendo PCBs ou resíduo contaminado;
• Fumaça decorrente da incineração de produtos contendo PCBs;
• Efluentes industriais e/ou esgotos despejados nos rios e lagos.

Devido à sua grande estabilidade química e à ampla disseminação de produtos contendo PCBs, é comum encontrá-los no meio ambiente devido à descarga dessas substâncias por atividades humanas contaminantes do solo. A contaminação atinge os lençóis freáticos que acabam indo parar nos lagos, rios e oceanos, prejudicando peixes e outros seres vivos aquáticos.Os PCBs também são poluentes orgânicos persistentes (POPs), que se caracterizam por serem altamente tóxicos, por permanecerem no ambiente por muito tempo e por serem bioacumulativos e biomagnificados.

Salmão criado x salmão selvagem

A aquicultura do salmão é considerada o sistema de produção mais prejudicial ao meio ambiente. A criação de salmão, normalmente, utiliza a prática de gaiolas ancoradas, que entram em contato direto com a água do mar, permitindo que componentes químicos, doenças, vacinas, antibióticos e pesticidas usados na manutenção da saúde do salmão sejam liberados e possam entrar em contato com a vida marinha.

Cerca de 80% de todo o salmão presente no mercado é proveniente da aquicultura. Com a contaminação dos PCBs na água, tanto o salmão criado, quanto o selvagem estão expostos a essas substâncias, porém, devido à alimentação gordurosa à base de farinha e azeite de peixe, o acúmulo é maior nos animais criados. Um estudo publicado na revista Science demonstrou que peixes de criação possuem entre cinco e dez vezes mais concentração de PCBs em seu organismo quando comparados aos selvagens. O estudo realizado pela Indiana University analisou filetes de 700 salmões de viveiros e salmões selvagens procedentes de oito das maiores regiões produtoras e comprados em comércios de várias cidades pela Europa e América do Norte. Ao se alimentar desses peixes contaminados, essas substâncias químicas vão se acumulando no corpo humano por meio do processo de bioacumulação e podem trazer sérios danos à saúde humana.

Outra diferença importante entre os dois tipos de salmão é a quantidade de ômega 3 - os peixes selvagens, devido ao fato de se terem uma alimentação à base de pequenos peixes e invertebrados, possuem uma quantidade maior dessa substância quando comparados aos de aquicultura (que apresentam quantidades mais elevadas de outras gorduras, como o ômega 6).

Recomendações

Para diminuir a contaminação de PCBs pela carne do salmão de aquicultura, você pode cortar a pele e a gordura visível do peixe, uma vez que os PCBs são armazenados na gordura. Procure também preparar o salmão por meios que reduzem significativamente a quantidade de gordura na carne, como fazer o salmão grelhado. Apesar de ser considerado uma carne bem nutritiva e saborosa, órgãos como a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) não recomenda a ingestão de salmão mais de duas vezes por semana devido a diversos tipos de contaminantes presentes no peixe (se for salmão proveniente de aquicultura, esse número passa a uma vez por mês). Comparado aos de aquicultura, o salmão selvagem possui menores níveis de PCBs e melhores nutrientes, porém, seu preço chega a custar quase o dobro, além de ser mais difícil de achar esse produto no mercado. Consumir o salmão enlatado também é uma boa dica - isso porque, em sua grande maioria, ele é de origem selvagem (aparentemente, o salmão de aquicultura não se conserva bem quando enlatado).

Fonte: eCycle

Óleo da casca da laranja pode ser usado como combustível.

Na casca da laranja, quando apertada, expele um líquido viscoso, nele encontra-se uma rica mistura de óleos essenciais. E 90% desta mistura é composta por limonemo. Essa substância é altamente inflamável, mais até que alguns combustíveis fósseis.

Para entender um pouco mais, os óleos essenciais são compostos orgânicos extraídos por destilação a vapor ou por solventes de partes de plantas. São substâncias aromáticas encontradas em frutos, sementes, flores, madeiras e raízes.

O limonemo (de nome químico 4-isopropenil-1-metilcicloexeno), como todo óleo essencial, é da classe dos hidrocarbonetos (no geral, constituídos de carbono e hidrogênio), da família dos terpenos. É um óleo fluído incolor e volátil, que na natureza encontra-se nas cascas das frutas cítricas, especialmente de limões e laranjas, e de alguns pinheiros e eucaliptos. É, inclusive, o responsável pelo forte odor característico desses. Esse elemento é utilizado em indústrias químicas, farmacêuticas e de alimentos.
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O limonemo (de nome químico 4-isopropenil-1-metilcicloexeno), como todo óleo essencial, é da classe dos hidrocarbonetos (no geral, constituídos de carbono e hidrogênio), da família dos terpenos. Foto: Reprodução/blogkamilagodoy

Se os produtores agroindustriais de compostos de frutas cítricas percebessem que ao gerarem seus resíduos esses poderiam ser reaproveitados totalmente… O Brasil é o maior produtor de laranjas do mundo, porém quase 50% do fruto é descartado e jogado no lixo. Uma forma de reciclar os restos da laranja é torná-la um combustível biodegradável, menos poluente e de baixo custo. Com ponto de inflamação (a temperatura mínima à qual os vapores se inflamam na presença de uma chama) de 45 ºC, o óleo tem o dobro da potência da gasolina!
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Uma forma de reciclar os restos da laranja é torná-la um combustível biodegradável, menos poluente e de baixo custo. Foto: Reprodução/greenwellness


Fonte: Diário de Biologia

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Estudo indica que Zika vírus está cada vez mais eficiente para infectar humanos


Desde o ano 2000, a espécie vem sofrendo alterações genéticas que ajudam o vírus a driblar o sistema imunológico e a se replicar em células humanas (imagem: Wikimedia Commons)

Durante o caminho que percorreu do continente africano até a América – passando pela Ásia e cruzando o oceano Pacífico –,  o Zika vírus (ZIKV) passou por um processo de adaptação ao organismo humano, adquirindo certas características genéticas que tornaram cada vez mais eficiente sua replicação nas células do novo hospedeiro.

A conclusão é de um estudo divulgado no site bioRxiv (pronuncia-se "bio-archive") por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Institut Pasteur de Dakar, no Senegal, que chamam a esse processo adaptativo do vírus de “processo de humanização”.

"O ZIKV é um agente zoonótico africano que infecta principalmente macacos e mosquitos. Estudos anteriores sugerem que teriam ocorrido casos esporádicos de infecção em humanos no passado e o vírus teria saído da África por volta da segunda metade do século 20. Em 2007 ele causou um primeiro surto em humanos e parece ter havido um processo concomitante de adaptação pelo qual o código genético do vírus passou a mimetizar os genes humanos mais expressos para produzir em maior quantidade proteínas que tornam eficiente sua replicação no novo hospedeiro”, contou Paolo Marinho de Andrade Zanotto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e coautor do artigo.

Entre os genes que o ZIKV passou a mimetizar de forma mais evidente destaca-se o da proteína NS1, cujo papel é modular a interação entre o vírus e o sistema imunológico humano.

“A NS1, produzida em grande quantidade, funciona como um sistema de camuflagem para flavivírus, como o vírus da dengue, de quem o ZIKV é o parente mais próximo. Ela deixa o sistema imunológico desorientado. É o mesmo princípio usado por aviões de guerra ao liberar pequenos fogos para despistar os mísseis guiados pelo calor da turbina”, explicou Zanotto.

Os resultados da pesquisa mostram ainda que o chamado “valor adaptativo” da espécie (fitness) – que é capacidade de sobreviver e gerar uma progênie também capaz de sobreviver e de se reproduzir – cai drasticamente por volta do ano 2000, quando estaria ocorrendo forte seleção possivelmente associada ao processo de tráfego entre espécies. A partir desse ponto, o fitness do Zika vírus passa a crescer exponencialmente. Os gráficos do artigo sugerem que o patógeno já se tornou tão (ou mais) eficiente para sobreviver e se reproduzir em humanos quanto era antes em macacos.

A investigação foi conduzida com apoio da FAPESP durante o doutorado de Caio César de Melo Freire, sob a orientação de Zanotto.

O grupo analisou dados de 17 sequenciamentos completos do genoma viral – que continham informação sobre o ano e o local em que o vírus foi isolado – depositados no GenBank, um banco público mantido pelo National Center for Biotechnology Information (NCBI), nos Estados Unidos.

Com base nessas análises e também em um trabalho anterior do grupo, publicado em 2014 na revista PLoS Neglected Tropical Diseases, foi possível determinar o caminho percorrido pelas linhagens africanas e asiáticas e também as alterações genéticas sofridas no percurso.

Conforme explicam os autores no artigo mais recente, a linhagem africana ainda infecta predominantemente macacos e mosquitos do gênero Aedes. Já a linhagem asiática está se espalhando por meio de uma cadeia de transmissão entre humanos nas ilhas do Pacífico e na América do Sul.

Além da picada do mosquito, os cientistas apontam as relações sexuais e as infecções perinatais como rotas alternativas de transmissão.

Mundo em alerta

O primeiro surto significativo conhecido em humanos, causado pela linhagem asiática em 2007, ocorreu nos Estados Federados da Micronésia. Entre 2013 e 2014 o vírus emergiu novamente e causou uma significante epidemia na Polinésia Francesa, espalhando-se pela Oceania e chegando à América pela Ilha de Páscoa, no Chile, em 2014. Agora, em 2015, já foi reportado em pelo menos 14 estados brasileiros, a maioria na Região Nordeste, e também em outros países da América do Sul.

“As análises feitas com base em dados genéticos sugerem que o vírus está se tornando mais eficiente para produzir suas proteínas em humanos, mas agora precisamos confirmar essa hipótese com ensaios in vitro, colocando linhagens africanas e asiáticas em culturas de células humanas para estabelecer comparações”, comentou Zanotto.

O pesquisador também está organizando uma parceria com cerca de 25 laboratórios de diferentes regiões do Estado de São Paulo para monitorar como está sendo o espalhamento do vírus na região. Várias unidades dessa rede vão trabalhar diretamente na questão das malformações cerebrais congênitas em associação com serviços de neonatologia.

“Estamos ajustando protocolos comuns para identificar, caracterizar e isolar o vírus. Dada a experiência de nossos colegas na África, o isolamento do vírus em humanos pode apresentar problemas e provavelmente teremos de isolar também de mosquitos. Também pretendemos somar esforços no desenvolvimento da expressão de proteínas virais para facilitar a detecção da doença e estamos articulando ações conjuntas e trocando informações diariamente grupos internacionais. Será uma tarefa pesada, mas não temos outra opção, uma vez que o vírus parece de fato estar envolvido nos casos de microcefalia”, disse Zanotto.

Na última terça-feira (01/12), a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta mundial reconhecendo a relação entre a epidemia de Zika vírus e o crescimento dos casos de microcefalia e da síndrome Guillain-Barré no Brasil. No documento, a OMS recomendou que seus mais de 140 países-membros reforcem a vigilância para o eventual crescimento de infecções, sugeriu o isolamento dos pacientes e disse para as nações ficarem atentas à necessidade de se ampliar o atendimento de serviços neurológicos e de cuidados específicos a recém-nascidos.

“Recebemos de nossos colegas do Institut Pasteur, há alguns dias uma notificação do Serviço de Vigilância Sanitária em Papeete, na Polinésia Francesa, dizendo que após reavaliar os dados relacionados a crianças gestadas durante o surto local de ZIKV em 2014 e 2015 foram encontrados 12 casos de mulheres que tiveram filhos com complicações neurológicas sérias. Destas, quatro foram testadas e apresentaram anticorpos contra ZIKV, mas nehuma manifestou sintomas da doença durante a gravidez”, contou Zanotto.

De acordo com o pesquisador, é preciso investigar se há uma interação entre o vírus da dengue e o ZIKV no desenvolvimento da microcefalia. “É possível que o vírus da dengue – por ser muito comum nessas regiões – seja apenas um fator de confusão”, avaliou.

Além de causar sintomas parecidos, explicou Zanotto, os vírus da dengue e Zika são muitos próximos filogeneticamente. No estudo mais recente, o grupo mostrou que ambos compartilham pedaços da proteína NS1 considerados epítopos, ou seja, que são capazes de serem reconhecidos pelos anticorpos humanos.

“Como os dados desse estudo são de grande relevância mundial optamos por torná-los público imediatamente por meio desse arquivo público on-line. Agora pretendemos submetê-lo para revistas científicas”, contou Zanotto. 

Fonte: Agência FAPESP