terça-feira, 22 de setembro de 2015

Paciente candidato a 1º transplante de cabeça

22/09/2015

Russo sofre de atrofia muscular espinhal chamada Werdnig-Hoffmann.Neurocirurgião quer fazer cirurgia em 2 anos; outros cientistas contestam.


Valery Spiridonov se candidatou para ser o primeiro paciente a se submeter a um procedimento de transplante de cabeça (Foto: Reprodução/TV Globo)
Valery Spiridonov, que tem uma doença degenerativa, se candidatou para ser o primeiro paciente a se submeter a um procedimento de transplante de cabeça (Foto: Reprodução/TV Globo)

O russo Valery Spiridonov, o primeiro homem que se candidatou a ter a cabeça transplantada para um novo corpo, afirmou à Agência EFE que não tem pressa para entrar na sala de cirurgia, embora acredite que tudo estará pronto para a operação até dezembro de 2017, conforme anunciou o neurocirurgião italiano Sergio Canavero.
"Lido com este tema com bastante tranquilidade, à espera que a data seja confirmada. Não me importa onde ou quando, não tenho pressa. O que me importa é a confiabilidade do procedimento", declarou o voluntário, de 30 anos.
Spiridonov sofre de uma atrofia muscular espinhal chamada síndrome de Werdnig-Hoffmann, uma grave doença genética degenerativa que o impede de movimentar todos os membros, salvo as mãos e a cabeça.
O controverso neurocirurgião Canavero, duramente criticado pelos colegas de profissão, garante que desenvolveu uma técnica que permitiria unir a cabeça do paciente a outro corpo saudável, doado por um indivíduo que teve morte cerebral.
Canavero anunciou no início de setembro que a cirurgia será realizada no fim de 2017 na Universidade Médica de Harbin, na China.
"Acreditamos que teremos tudo pronto até lá", confirmou Spiridonov, programador e artista gráfico que vive na cidade de Vladimir, a 170 quilômetros de Moscou, e que já deixou claro ao mundo que sua determinação para se submeter à arriscada operação é inalterável.
O voluntário lembrou que "a doença é degenerativa e, no final, mortal" porque "degenera os músculos, e o coração, afinal de contas, também é um músculo".

Autorização pendente

"A China quer tomar a iniciativa e está disposta a se arriscar para obter uma vitória no meio científico. A permissão das autoridades para realizar a operação é um assunto que, apesar de não estar resolvido, estará em breve", comentou o russo sobre o lugar onde deve ser feito o procedimento.
Canavero ganhou nos últimos meses a parceria do médico chinês Ren Xiaoping, que, segundo Spiridonov, realizou experimentos com ratos que provariam a eficácia da técnica desenvolvida pelo colega italiano.
"Há resultados nos experimentos com os ratos. Inclusive há vídeos nos quais é possível comprovar que os ratos sobrevivem um tempo depois da operação", afirmou Spiridonov, que postou alguns desses vídeos nas redes sociais.
De acordo com o voluntário, "a pesquisa é focada em prolongar a vida desses ratos, sua qualidade de vida e o processo de regeneração" depois da operação.
Canevero diz que usará uma substância chamada polietilenoglicol, capaz de conectar a cabeça com as fibras nervosas da medula espinhal, de modo que o cérebro possa transmitir ordens ao corpo e colocar seus órgãos e extremidades em movimento.

Neurocirurgião é alvo de críticas

Seus críticos lembram que, em 1970, um cirurgião americano já conseguiu unir a cabeça de um chimpanzé ao corpo de outro, mas não pôde conectar o cérebro com o espinha dorsal e o animal morreu após nove dias.
Valery, no entanto, tem confiança no médico que promete um avanço científico revolucionário, praticamente um milagre, e diz que estudou profundamente as pesquisas de Canavero para ter segurança.
O italiano explicou à EFE que a operação, com um custo ligeiramente superior a US$ 10 milhões, durará por volta de 36 horas e necessitará da presença de 150 médicos de apoio.
"Na sala deverão estar as duas pessoas, a que doará o corpo e a que receberá o corpo. A cabeça que será transplantada será resfriada a uma temperatura de 12 graus, depois se procederá a retirada da cabeça de ambos - vasos sanguíneos, músculos, ossos. Após isso, começará a fase em que o paciente receberá seu novo corpo", explicou.

Fonte: G1

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A Esquistossomose está descontrolada no Brasil e nosso governo não se importa!

Vivemos num país que o sistema de saúde não vai muito bem, onde famílias são dizimadas pelo simples fato de não existir um atendimento de qualidade nos hospitais ou por falta de um simples medicamento para o tratamento de doenças. É assim que uma doença parasitária como a Esquistossomose é vista no Brasil, ou seja, é uma doença negligenciada pelo governo, sem preocupação, onde inúmeros casos são notificados a cada dia por todo o país, principalmente no Nordeste.

Para entender como essa doença ataca o ser humano, vamos compreender como inicia o seu ciclo. A esquistossomose é causada por um parasita chamado de Schistosoma mansoni que tem como hospedeiro definitivo o homem e os caramujos de água doce, especificamente, do gênero Biomphalaria, como hospedeiro intermediário para que o seu ciclo seja desenvolvido. O início deste ciclo começa quando um homem infectado elimina suas fezes e que devido às más condições de saneamento básico atingem os rios, açudes e lagos. Os ovos produzidos pelo parasita acabam sendo jogados nessas águas onde eclodem e encontram os caramujos para se alojar e iniciar a primeira parte de seu desenvolvimento. Assim que as larvas se desenvolvem são liberadas pelos caramujos e as pessoas que entram em contato com essas águas são infectadas por elas pela pele e mucosas. Eles invadem os tecidos e crescem no interior dos vasos sanguíneos.

Na fase aguda, a doença causa coceiras, dermatites, febre, tosse, diarréia, enjôos, vômitos e muito emagrecimento. Em sua fase crônica, diarreias e prisão de ventre se intercalam e pode evoluir para quadros graves como, aumento do fígado e cirrose, aumento do baço, hemorragias pelo rompimento de veias no esôfago, a famosa barriga d’água que deixa o abdômen dilatado devido o plasma que sai do sangue e vasa pelos tecidos.
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Não existe vacina para essa doença, porém o tratamento para a esquistossomose é simples e realizada com alguns medicamentos específicos que combatem o parasita, como o hicantone, uma nova droga que se mostrou eficaz na cura da doença na maioria dos casos. O problema na verdade não é o tratamento com a medicação, o fator principal causador da doença é falta de respeito e dignidade que as autoridades não dão para a população que vive em verdadeiros “ninhos” dos parasitas em meio a esgotos, água suja e córregos totalmente poluídos e sem tratamento. Uma forma de prevenção da doença é o simples saneamento básico que deveria ocorrer nas cidades brasileiras, mas o que vemos são casos e mais casos da doença e em crescente evolução no país. As secretarias de saúde dos estados brasileiros muitas vezes não apresentam a real situação destas doenças parasitárias e escondem os verdadeiros dados que são registrados pelas pesquisas das universidades federais, como no estado do Maranhão, onde a UFMA, em suas pesquisas demonstraram que a transmissão da doença está descontrolada e nada se faz a respeito.

É necessário uma grande conscientização e ficar alerta para este tipo de ocorrência. A doença é séria e pode causar sérios danos a população quando não tratada no momento certo, isso porque a doença evolui para quadros irreversíveis e sua transmissão pode continuar por anos quando o saneamento básico não é realizado nas cidades. É preciso agir o mais rápido possível para que uma doença tão simples não venha se tornar uma epidemia nacional!

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Fonte: Diário de Biologia